segunda-feira, dezembro 29, 2008

Veneno na lata

Conversa com uma suposta amiga:

- Sumiu, hein?

- Pois é, correria danada. Mal dá tempo para atualizar o blog. Mas você também nunca mais comentou nada por lá.

- É que faz tempo que você não publica nada digno de comentário.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Tabajara

Procurando uma boa sugestão de livro para dar (ou receber) de presente neste Natal? Pois saiba que já é possível encontrar O Roteirista, a obra-prima de Vinícius Pinheiro, a partir de R$ 20 na internet. Não perca!

domingo, dezembro 14, 2008

Um encontro

Encontrei um velho amigo no lançamento do romance de um grande amigo – sobre o qual comentarei oportunamente – há duas semanas. Nos tempos de faculdade, compartilhávamos, ao menos em parte, dos ideiais esquerdistas, do ódio dos tucanos no poder, das instituições corrompídas, e de todo aquele blá blá blá de centro acadêmico – do qual, aliás, ele foi presidente.

Eis que, nove anos depois, estávamos frente a frente mais uma vez. Ele, fugido depois de vários anos em meio aos índios e denunciando os poderosos de plantão, motivo pelo qual fora ameaçado, o que acabou precipitando nosso reencontro. Do meu lado, um pouco encabulado, tudo o que tinha a lhe apresentar era meu novo e asseado cartão de visitas, no qual se lê a inscrição "Editor - Mercado de Capitais".

Ele bem que poderia me acusar de traidor do movimento e outras coisas piores, mas não. Foi cortês e até me elogiou pelo fato de eu ter encarado a insanidade do jornal diário. Embalados pelas cachacinhas servidas no coquetel, conversamos muito e fomos juntos para o metrô, de onde nos despedimos e prometemos uma nova bebedeira.

Observei-o partir no trem que ia para o Alto do Ipiranga antes de partir em direção à estação Vila Madalena. Lados opostos.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

A fila anda

O Companheiro Lula alcançou a maior aprovação da história para um presidente. Se este S&P tivesse sido procurado pelos pesquisadores, é bem provável que estivesse no grupo dos 70% que fecharam os olhos para os escândalos de corrupção, o empreguismo descarado e as suspeitíssimas costuras políticas para dar uma avaliação boa ou ótima à gestão do presidente. O que não me impede de rezar para que este governo acabe o quanto antes.

Duvido muito que o Companheiro chegue ao final do mandato com esses níveis de aprovação, mas ficaria feliz se ele deixasse o Planalto em 2010 com o gostinho de ter uma avaliação melhor do que o gênio da raça, o príncipe FHC.

domingo, dezembro 07, 2008

Momento Papillon

"Ainda estou vivo... desgraçados!"

terça-feira, novembro 25, 2008

Procura-se

Ingressos para o jogo São Paulo x Fluminense neste domingo, no Morumbi, para doação. Como todo são-paulino torcedor de final, não posso ficar fora dessa...

sábado, novembro 22, 2008

Vicky Cristina Vinícius

Acompanha um vinho, Vinícius? É muito fácil ser diretor de cinema. E mais ainda quando se tem nas mãos a possibilidade de filmar com atrizes do porte de Scarlett Johansson, Penelope Cruz e Rebecca Hall (uma espécie de versão gringa da Luana Piovani). Esse bando de beldades, porém, não se uniria em torno de um roteiro se ele não fosse assinado por Woody Allen. Estamos falando de Vicky Cristina Barcelona, um dos melhores filmes da safra recente do diretor.

Se eu fosse um cara simplista, diria que o filme basicamente se trata de duas garotas que vão para Barcelona querendo dar para alguém... Mas, afinal, a quem quem eu quero enganar? Eu sou um cara simplista!

A diferença entre as duas garotas é que, enquanto uma (Vicky) ainda não sabe – ou finge não saber – que quer dar, a outra (Cristina) tem plena consciência do que veio fazer em terras catalãs. Acrescente a esse caldeirão em ebulição a estonteante Penelope Cruz e, vá lá, o esperto Javier Bardem (esqueça o Oscar, esse com certeza foi um dos melhores papéis dele, pelo menos em termos de diversão) e você terá uma combinação explosiva e esquizofrênica – como não não podia deixar de ser em se tratando de Woody Allen.

Classificação S&P:

  • Penelope Cruz: "A+"
  • Rebecca Hall: "A+"
  • Scarlett Johansson: "A+"
  • Woody Allen: "A"
  • Vicky Cristina Barcelona: "A-"

quarta-feira, novembro 12, 2008

Pedala, Obama!

Os antiamericanos de plantão vão ter que engolir a eleição de Barack Obama. Não pelo resultado das urnas em si, mas pelo que ela representa – com o perdão da expressão típica de cientista político. A vitória do democrata em nada muda o rumo do Império, que continuará invadindo e jogando bombas onde bem entender, mas mostra ao mundo que a América ainda é o modelo de civilização a ser seguido, apesar dos pesares. E basta olhar para o mercado financeiro para constatar que há muitos pesares...

Classificação S&P:
Barack Obama: "B"

P.S.: Será que ninguém vai liberar o grampo da ligação do Presidente Lula para o Companheiro Obama?

sexta-feira, novembro 07, 2008

Dicas para motoristas paulistanos I

Ao que parece, as auto-escolas da maior cidade do País não ensinam a seus alunos algumas regras importantes de trânsito, que este S&P reúne agora, em um pequeno guia de sobrevivência no trânsito:

Lição 1: Uso da seta

Os demais motoristas não têm como saber para que lado você vai, a menos que você use o dispositivo localizado bem próximo ao volante, vulgarmente chamado de seta. Na maioria dos automóveis, para sinalizar uma curva ou mudança de faixa para o lado direito, basta empurrar a alavanca para cima, e se a intenção é trafegar do lado esquerdo, faça o movimento oposto. Mas atenção: a seta sempre deve ser usada pouco antes do movimento desejado, não durante ou depois.

Lição 2: Semáforo (ou sinal, na tradução para o paulistês)

Como você, motorista paulistano, deve saber, o semáforo é usado para controlar o tráfego de veículos e pedestres. O instrumento indica o momento de avançar e parar por meio de três cores coloridas: verde (passagem livre), amarelo (atenção) e vermelho (passagem interrompida). Quando o semáforo passar do vermelho para o verde, você pode seguir em frente imediatamente, não é necessário aguardar 10, 15 ou mais segundos. Desse modo, você apenas complicará ainda mais o já nada fácil trânsito e ganhará, em troca, uma chuva de buzinas – tema, aliás, do nosso próximo tópico.

sexta-feira, outubro 31, 2008

Negativo

Bati meu próprio recorde nesta mostra de cinema de SP: nenhum filme assistido. Parabéns para mim.

domingo, outubro 26, 2008

Sem lenço, sem documento

Eu sei que devia aproveitar a ociosidade do plantão para falar das eleições. Mas estou mesmo é com vontade de escrever sobre o filme Na Natureza Selvagem. Tenho acompanhado com interesse a carreira de Sean Penn como diretor desde a brilhante estréia em Unidos pelo Sangue, que por acaso peguei em uma madrugada de insônia passando no SBT. Acabei perdendo o mais recente filme dele nos cinemas (assim como quase todos os outros filmes no último ano), e consegui alugá-lo em DVD apenas neste fim de semana.

Enquanto escrevo no calor da redação sem ar condicionado, algumas das belas (e semióticas, segundo minha mulher) imagens do filme visitam meus pensamentos. É claro, o desejo de liberdade incondicional – a exemplo do que faz o garoto do filme, que larga a família, grana e carreira para se atirar na estrada – sempre vem à mente em situações-limite como um domingo de plantão.

O que o filme discute (e faz pensar), porém, é o próprio conceito de liberdade. Será possível mesmo se desprender de tudo e de todos em busca de uma suposta verdade absoluta que estaria escondida em nosso lado mais selvagem? Por onde passa, Christopher – ou melhor, Alex Supertramp, como passou a se chamar – conhece pessoas e deixa em cada uma delas impressões e, como não podia deixar de ser, algum tipo de sentimento. É disso que fala o filme e é por isso que ele deixa um gosto tão amargo na garganta no final.

Se querem saber, a minha resposta à questão aí em cima é “não”. E a de Christopher (e, por conseqüência, de Sean Penn) também é a mesma.

Classificação S&P:
Na Natureza Selvagem: “A”

quarta-feira, outubro 22, 2008

Direito de resposta

Atendendo a pedidos:

Pergunta: Vinícius Pinheiro é casado?
Resposta: SIM, HÁ TRÊS ANOS.

Pergunta: Tem filhos?
Resposta: SIM, UM FILHO.

Satisfeita, dona Marta?

sexta-feira, outubro 17, 2008

Cotidiano

(Chico Buarque - versão tosca: Vinícius Pinheiro)

Todo dia ele faz tudo sempre igual
Acorda perto das oito da manhã
Já pensando nas coisas do jornal
E se engasga com o seu hálito de rã

Todo dia ele pensa em poder parar
Meio-dia olha a pauta e diz "não"
Depois pensa no filho pra criar
E se cala com o telefone na mão

Dez da noite como não era de se esperar
Ele ainda trabalha feito um cão
A mulher diz que vai se separar
E que vai à noite ele vai dormir no chão

Todo dia ele faz tudo sempre igual
Acorda perto das oito da manhã...

quinta-feira, outubro 09, 2008

Drugstore Cowboy

Eu: Por favor, uma caixa de prozac.
Balconista: Pois não, senhor.

Dois minutos depois...

Balconista: Aqui está.
Eu: Obrigado...
Balconista (agitado): Senhor, espere, espere! Eu preciso da receita!
Eu: Receita, como assim?
Balconista: Esse remédio não pode ser vendido sem receita.
Eu: Mas eu não tenho porra de receita nenhuma. E nem preciso. Não está na cara que eu preciso de um prozac urgentemente?
Balconista: É verdade. Quer dizer, desculpe, senhor, mas esse remédio só pode ser vendido com retenção da receita.

Ainda pude sentir o remédio por alguns instantes entre meus dedos, o que me trouxe uma leve sensação de prazer, antes de o balconista o levar de volta à prateleira dos fundos da drogaria.

segunda-feira, outubro 06, 2008

Porto seguro

Nesse verdadeiro tsunami financeiro que tomou conta do mundo, algumas pessoas insistem em me perguntar qual o investimento mais seguro do mercado. Minha resposta é sempre a mesma: Gilberto Kassab. Depois da surpreendente chegada em primeiro lugar no primeiro turno das eleições, não tenho a menor dúvida de que o prefeito Demo, munido de uma das melhores propagandas já vistas em toda a história eleitoral brasileira, vai dar um chocolate na Dona Marta no dia 26.

Mas a derrota da petista, como dizem no jargão financeiro, "está no preço", ou seja, quem investe nela sabe da rejeição que a simpática ex-prefeita carrega entre os paulistanos, principalmente os mais abastados. A maior surpresa da eleição foi a patética eliminação do "Chuchu Zero" Geraldo Alckmin, que se mostrou, de longe, o pior investimento do mercado...

Classificação S&P:
Gilberto Kassab:
sobe de "C-" para "C+"
Dona Marta: fica com "C-", mas sobe se surpreender no 2º turno
Geraldo Alckmin: cai de "C-" para "D+"

terça-feira, setembro 30, 2008

A urna da Lavínia

Ué, cadê a barriga? De todas as propagandas políticas a que mais me irrita é a da Justiça Eleitoral. A apelação em torno do voto consciente, que já era ridícula, ganhou ares esquizofrênicos com a aparição da atriz Lavínia Vlasak. Grávida, ela decide colocar o futuro do rebento dela na nossa mão. E ameaça: se você não votar direito, quem vai se foder é o filho dela. E você não vai querer foder o filho da Lavínia, vai? E a Lavínia?

Classificação S&P:
Lavínia Vlasak: "A" (seria "A+" não fosse o mico eleitoral)
Justiça Eleitoral: "C" (pela propaganda mal feita)

quarta-feira, setembro 24, 2008

O fim de uma era

A crise financeira realmente é grave. Após o colapso de bancos de investimento tradicionais como o Bear Stearns e o Lehman Brothers, foi a vez do meu bom e velho chinelo sucumbir aos boatos de que não resistiria à turbulência nos mercados. As havaianas laranjas mostraram-se confiáveis e sobreviveram a vários momentos de crise nos últimos anos, entre eles a independência da república onde morava e a difícil passagem para o time dos casados. Mas as dificuldades enfrentadas pela economia norte-americana acabaram se refletindo na tira esquerda do chinelo, que se arrebentou nesta manhã, assim como vários bancos de Wall Street. Será que o tio Bush me empresta algum para eu comprar um novo?

quinta-feira, setembro 18, 2008

The great gig in the sky

Jornalista é um bicho chato, muito chato mesmo. Quando estava na faculdade, um dos meus objetivos – meu e da torcida do Flamengo, diga-se de passagem – era escrever sobre cultura, dada a minha afinidade com o tema (eu também sou um maldito escritor, ora bolas!). Mas desisti assim que comecei a trabalhar em redação e perceber que os caras dessa editoria são os chatos entre os chatos. Para ser um jornalista cultural, não basta entender e dominar o assunto, você precisa parecer tão ou mais sofisticado do que as pessoas que você entrevista – idiotas, em sua maioria.

Numa dessas, vejam só, quase fui estraçalhado em uma conversa por afirmar que gostava de Pink Floyd. Para os jornalistas culturais, rock progressivo, e Pink Floyd em especial, são sinônimo de atraso e cafonice. Boa mesmo é aquela banda do gueto de San Francisco citada nas publicações especializadas gringas e que você, leitor deste S&P, nunca ouviu nem nunca ouvirá falar. O tesão desse povo é dizer que ouviu antes de todo mundo um novo Nirvana. O problema é que praticamente nada de bom surgiu do underground depois do Nirvana.

Mas deixa pra lá. Esse assunto só me veio à cabeça quando soube – com bastante atraso, pois estava (e ainda estou) mega-enrolado com a cobertura da crise financeira – da morte do tecladista do Pink Floyd, Richard Wright. Numa tosca comparação com os Beatles, ele era uma espécie de George Harisson da banda, compondo uma canção aqui outra acolá, como a que dá título a este post, lançada no clássico The Dark Side of the Moon.

Classificação S&P:

Pink Floyd: "A-" (a banda devia ter parado logo depois do The Wall)
Richard Wright: "B+" (não, ele está longe de ser um Harisson)
Rock progressivo: "C" (fora o Pink Floyd, o resto é chato mesmo)

segunda-feira, setembro 15, 2008

Efeito borboleta

Parece que o mundo vai mesmo acabar, pelo menos no mercado financeiro. E eu quero assistir a tudo de camarote. Acompanhar a quebra daqueles bancos que sempre colocaram a economia brasileira como mau exemplo, enquanto eles próprios se empanturravam de créditos podres, me traz uma estranha sensação de prazer. Estranha porque sei que, em maior ou menor grau, são esses mesmos bancos que garantem, ainda que de modo indireto, o meu emprego. Mas o que eu temo? Afinal, se eu não tiver o jornalismo eu posso viver muito bem de literatura...

Ha ha ha. Essa foi boa.

quinta-feira, setembro 11, 2008

666

Atire a primeira pedra quem, em meio a um engarrafamento sem fim e atrasado para o trabalho, nunca teve pensamentos demoníacos. Devo dizer que, no meu caso, ultrapassei todos os limites quando, no calor do momento e do dia, sussurrei, em voz baixa:

- Foda-se, vou votar no Maluf!

terça-feira, setembro 09, 2008

Ser ou não ser

Por esses dias, um amigo de média data me revelou uma inquietação que o persegue há algum tempo e de modo implacável: descobriu que uma garota com quem tivera um rápido relacionamento no passado se tornara lésbica.

- As mulheres não viram lésbicas, pelo menos até onde eu sei - argumentei. - Elas se descobrem lésbicas.

- Disso eu sei. Eu pesquisei tudo sobre lesbianismo, pode acreditar. O que eu não sei é se ela já sabia que era lésbica quando nós ficamos juntos ou se ela se descobriu lésbica nessa época.

- E que diferença isso faz? - perguntei.

- Toda, oras! Ela pode ter ficado com uma má impressão dos homens por minha causa e se tornado lésbica.

- Isso é bobagem. Várias amigas minhas já tiveram decepções na cama e nem por isso viraram lésbicas.

- Eu tento pensar dessa maneira, mas isso vem me incomodando profundamente.

- A ponto de fazer você...

- Você pega rápido, hein? Quando estou com a minha namorada só penso em agradá-la o máximo possível. Se ela trocar de time, não quero que seja por minha causa. Mas o efeito tem sido exatamente o contrário.

- Escuta, eu sou um reles jornalista de economia. Você precisa mesmo é de um psicólogo e...

- Por que você não fala com ela?

- O QUÊ? Com quem? Com sua namorada ou com a garota?

- Não sei por onde a garota anda. Mas acho que você pode me ajudar com a minha namorada.

- E o que eu vou dizer, você enlouqueceu?

- Pergunte o que ela acha de mim, das mulheres, sei lá!

- Eu mal a conheço, como eu vou fazer perguntas desse tipo? Ela vai achar que estou a fim dela.

- Eu disse que ia abrir o jogo pra você, mas ela não sabe da história da garota lésbica.

- Por que você não conta, diabos?

- Não posso. Não até ter certeza de que ela não é lésbica, entende?

É claro que eu não entendi. Mas acabei me comprometendo a tentar arrancar alguma informação dela.

P.S.: O final dessa história já aconteceu. É claro que as tintas estão supercarregadas. Se tiver tempo e vontade de terminar eu conto, ok?

quinta-feira, setembro 04, 2008

Rapidinhas

A falta de tempo me impede comentários mais detalhados, mas seguem algumas impressões minhas sobre "fatos e fotos" recentes:

  • Carol Castro: Pela primeira vez em muito tempo deixei de ler as reportagens para me concentrar no que realmente interessa na Playboy: Nota "A+"
  • Batman - O Cavaleiro das Trevas: O Coringa realmente é o melhor do filme. Finalmente aparece um vilão de verdade, sem motivações idiotas do tipo "vou dominar o mundo" ou "meu cachorrinho morreu e vou me vingar da humanidade". O cara simplesmente quer tocar fogo no picadeiro: Nota "A"
  • Horário eleitoral: Como sempre, ignorei as propagandas dos prefeitos e fui direto aos vereadores. Faltou um pouco daquele humor característico, mas ainda assim é possível se divertir com tipos como o Filho do Eneas, Sergio Malandro, Peroba Neles e afins: Nota "B-"
  • S&P: desculpem, nem responder a comentários eu consigo mais. Como diria o filósofo Boris Casoy, "isso é uma vergonha": Nota "D"

quinta-feira, agosto 28, 2008

Cotidiano

Assuntos sobre os quais eu gostaria de escrever, mas que provavelmente você não vai ler neste desleixado S&P:

- O aniversário de um ano do André;

- Os primeiros dias no emprego novo;

- A completa falta de estacionamentos (mesmo pagos) na Vila Olímpia;

- Uma idéia sensacional para um romance que encontrei perdida entre uns documentos velhos;

- Minha rápida e tumultuada visita à Bienal do Livro;

- Uma crítica sobre o novo filme do Batman;

- O fiasco do Brasil nas Olim piadas;

- Os primeiros dias de propaganda eleitoral.

terça-feira, agosto 19, 2008

Desespero Olímpico

Será que estaremos condenados a rever por toda a eternidade a reprise da vitória do Cesar Cielo na natação?

segunda-feira, agosto 11, 2008

Inclassificável

O pacote do meu primeiro Dia dos Pais foi caprichado, com direito a Fotolivro e presentes de Juliana e André e um super-almoço na casa dos sogros. Para completar, show do Ney Matogrosso com camarote e prosseco na faixa (tudo por cortesia do banco que empresta nome à casa onde foi a apresentação).

Classificação S&P:
Dia dos Pais: "A+"

quinta-feira, agosto 07, 2008

Conto de fadas

Era uma vez um garoto que tinha um emprego.
E, se ele quisesse, talvez fosse feliz para sempre nesse emprego.
Ele trabalhou com muita gente.
Alguns o envenenaram com maçãs e falsas promessas.
Outros o despertaram de sonhos intranqüilos.
E assim se passaram oito anos.
Agora, o garoto percebeu que chegou a hora.
Estava na hora de pular de fora dessa história.
E começar uma outra.
Sem jamais esperar por um final feliz.
Pois o melhor da vida está sempre no início.

quarta-feira, julho 30, 2008

Novas paradas

Beatles? Rolling Stones? Podem esquecer. Desde que o André nasceu a vitrola aqui de casa não toca outra coisa além de canções infantis. Por sorte, surgiram nos últimos anos muitas coisas legais. Uma delas é o Palavra Cantada, "banda" formada por Sandra Peres e Paulo Tatit. Uma das minhas, quer dizer, das favoritas do André é esta do clipe, chamada "Eu", uma espécie de "Eduardo e Mônica" da criançada. Vejam só:

domingo, julho 27, 2008

Adaptação

Existe algo familiar na personagem Camila, do filme Nome Próprio, adaptação das obras da escritora e blogueira Clara Averbuck. Originalidade certamente não é o ponto forte da escritora, que batizou a sua protagonista com o mesmo nome da personagem de Pergunte ao Pó, de John Fante, e narrou suas desventuras como uma versão feminina de Henry Chinaski, alterego de Bukowski. Ou seja, o filme é uma adaptação de uma adaptação.

Não ser original, no entanto, não significa necessariamente ser ruim, ainda mais nos dias de hoje. No caso do filme de Murilo Salles, apesar de bem filmado e contar com uma atuação apaixonada (e apaixonante) de Leandra Leal, a sensação que ficou é que não havia história para além de um curta metragem. Existem, porém, alguns raros e bons momentos, em especial aqueles que investem no humor.

Assim como acontece na maioria dos blogs (este S&P entre eles), Nome Próprio tem muito conteúdo para pouca idéia...

Classificação S&P:
Nome Próprio: "B+"
Leandra Leal: "A"

quinta-feira, julho 24, 2008

Zebra

Eu assisto A Favorita. Pronto, falei. Podem espalhar por aí que o autor de O Roteirista, o gênio incompreendido da novíssima literatura brasileira, também se rendeu à nova novela das oito.

Em minha defesa, devo alegar que a hora da novela coincide com a hora da mamadeira do André. E também que a trama de João Emanuel Carneiro até agora tem me surpreendido. Não é todos os dias que você vê personagens de novela com caráter tão ambíguo.

A prova definitiva foi o capítulo de ontem (o de hoje eu não vi), quando a personagem (boazinha, em tese) da Mariana Ximenes aplica um belo par de chifres no namorado (também bonzinho e agora corno).

Quem acompanha novela sabe que esse tipo de coisa não acontece. Na pior das hipóteses a mocinha termina um relacionamento antes de dar início a outro, tudo no maior respeito. É a primeira vez que vejo um personagem de novela se levar pelo desejo. Para mim, essa já é uma das cenas antológicas da teledramaturgia brasileira.

Classificação S&P:
A Favorita: "B+"
Mariana Ximenes: "A"
(OK, ela é linda, mas faz quando vai fazer um papel de adulta?)

terça-feira, julho 22, 2008

"Prefiro não fazer"

Ando meio afastado deste S&P, eu sei. Por dois motivos, um deles já "resolvido" (o outro eu conto em outra oportunidade). Acabei de ler Bartleby, o escriturário - Uma história de Wall Street (a tradução da L&PM, mais simples barata, e não a moderninha da Cosac Naify aí ao lado).

Sobre a história? "Prefiro não contar", para usar o bordão do personagem-título do conto (ou novela, como queiram) de Herman Melville, o mesmo autor de Moby Dick.

Classificação S&P: "A+"

quinta-feira, julho 17, 2008

Homérico

O que mais me chamou a atenção a atenção no caso Daniel Dantas não foi o prende-e-solta do banqueiro, nem mesmo a aparição dos fantasmas de Naji Nahas e Celso Pitta. Afinal, como prestar atenção em outro nome que não o do delegado da PF que comandou a investigação?

Diz a Wikipedia que Protogenes foi um pintor grego que viveu por volta do século IV (quatro, para quem não lembra dos algarismos romanos) antes de Cristo. Segundo a mesma fonte, nenhuma tela do pintor Protógenes sobreviveu ao tempo, o que me fez pensar: será que o mesmo acontecerá com o trabalho de investigação do Protógenes delegado?

sábado, julho 12, 2008

Crime e pesadelo

Vejam só quem me aparece em sonho: ninguém menos que Fiódor Mikhailovich Dostoievski. O barbudo e epilético escritor russo surgiu cambaleante na porta do meu quarto, com cara de quem havia acabado de perder uma boa grana no jogo, para variar:

- O que você está fazendo dormindo? - ele perguntou, sentando-se na ponta da cama, com as duas mãozinhas entrelaçadas ao joelho, exatamente como na imagem mais famosa.

- Não sei como é, ou era, na Rússia. Mas aqui nós fazemos isso todas as noites.

- Já imaginou quantas idéias geniais você já perdeu enquanto dormia?

- Mas a de hoje eu vou me lembrar, com certeza.

- Você está muito acomodado ultimamente, sabia?

- Ah é? Então estou sendo acompanhado assim tão de perto?

- Deixa eu lhe contar um segredo. Lá onde nós estamos agora, eu e os outros escritores temos à disposição uma enorme biblioteca. E vasculhando a seção latino-americana nós encontramos você.

- Ao lado da Nélida Piñon, eu aposto.

- Nada disso. Imagine uma enorme biblioteca, na qual estivessem registradas as biografias de todas as pessoas do mundo.

- Isso é coisa do Borges, não?

- É. Ele hoje é o responsável por organizar, quer dizer, desorganizar tudo. É por isso que eu estou aqui.

- Sei...

- Não sabe, não. As páginas da sua biografia estão incompletas. Você não sabe como são os cupins lá do outro lado... O negócio é que eu fiquei encarregado de reescrever a sua vida, mas fiquei meio travado depois que você publicou o seu livro e...

- Se o segundo não sair a culpa não é minha. A Rocco atrasou com a resposta.

- Não estou falando em escrever, e sim em algo mais... literário. Já pensou em cometer um crime?

- Do tipo, matar uma velhinha para quem eu devo grana?

- Esquece, seu engraçadinho. Depois, quando a gente se reencontrar, não vai reclamar que a sua biografia está uma merda.

- Não se preocupe. Antes disso acontecer eu contrato o Fernando Morais pra escrever alguma coisa sobre mim e o caso está resolvido.

- Está certo. Então a gente se fala.

- Um abraço, Dostô. E se estiver a fim de escrever algo novo, pode deixar que eu psicografo. Não vai me procurar a Zibia Gasparetto, pelamordedeus...

- Combinado.

quinta-feira, julho 10, 2008

Anti-guru

Vejam só o que eu escrevi sobre o Opportunity, apenas uma semana antes da prisão do Daniel Dantas e de outros diretores do banco pela PF, incluindo esse que fala comigo na matéria.

quarta-feira, julho 09, 2008

Dois perdidos numa noite casta

Acabo de ler A Fascinação pelo Pior, um presente da minha querida editora quando de minha visita por terras cariocas. Devo reconhecer que o meu colega francês foi muito mais bem sucedido do que este humilde e subdesenvolvido escriba, ao menos no quesito vendas em seu país de origem.

Enquanto O Roteirista fica escondido nas prateleiras de São Paulo e arredores, o livro de Florian Zeller virou best seller nas livrarias de Paris. Se bem que até Paulo Coelho vende bem por lá, diria um observador invejoso, o que NÃO é o meu caso.

Com relação à história, que é o que importa, o autor não se sai mal ao contar a história de dois escritores convidados para participar de um encontro literário no Egito. Uma espécie de Flip nas pirâmides.

Mas é claro que nossos heróis estão muito mais interessados em conhecer os encantos das egípcias do que falar sobre literatura, inspirados em histórias das afrodisíacas Mil e Uma Noites e nos relatos de Flaubert. Só não contavam com as restrições impostas pela religião islâmica.

Enquanto explora as desventuras dos escritores pelo submundo do Cairo e pisa no calo dos tabus religiosos, o livro caminha muito bem, mas da metade em diante a coisa começa a desandar, para retomar um pouco do fôlego no final metido a metalingüístico. De qualquer modo, vale a pena conferir.

Classificação S&P:
A Fascinação pelo Pior: "A-"

segunda-feira, junho 30, 2008

Cadê o Ken?

Essa imagem com um forte acento kitch e com mil interpretações vem do Furabolo, o blog do Marcelo, o webdesigner do portal no qual miseravelmente escrevo. Tem outras imagens lá, tão ou mais sacanas quanto. Confiram!

domingo, junho 29, 2008

Balada do louco

Importa pouco os motivos que mantiveram afastado deste S&P por uma semana. Mas não pude resistir a relatar aqui o pesadelo que tive esta noite:

Sonhei que havia colocado minha camisa do lado contrário, a parte de trás na frente. Em vez de recolocá-la do lado certo, teimei em tentar abotoá-la levando minhas mãos às costas e usando um espelho como guia. Até desistir e pedir ajuda a minha esposa, que tampouco achou estranho o fato de camisa estar do lado errado.

Saímos de casa em seguida e logo estávamos em uma espécie de festa, num ambiente iluminado onde todos se vestiam de modo semelhante a mim. Procurei me socializar com as pessoas, todas um pouco atônitas e sem saber o que se passava, mais ou menos como eu.

Foi quando me dei conta que minha camisa do lado contrário era, na verdade, uma camisa de força, e o local da festa, um hospital psiquiátrico.

domingo, junho 22, 2008

Joyce, Juliana e eu

Para não dizer que passamos o fim de semana inteiro dentro de casa, Juliana e eu fizemos uma rápida visita à Fnac Pinheiros neste domingo. A loja estava abarrotada de gente, exceto pela, adivinhem, seção de literatura.

Encontrei lá dois exemplares de O Roteirista, devidamente escondidos na estante e sempre próximos aos da Nélida Piñon. Demorei bastante para escolher o que levar, até Juliana resolver me pressionar, quer dizer, dar algumas sugestões:

- Você viu o Ulisses? - ela perguntou, apontando uma pilha de uma nova edição do tijolão do James Joyce, desta vez da Alfaguara.

- Sim, até agora estava tentando ignorá-lo - revelei.

- E por quê?

Era uma ótima pergunta, que mereceria toda uma contextualização. A primeira vez que tive contato com a obra de Joyce foi ainda na faculdade, quando li os contos de Dublinenses. Fiquei estarrecido com o estilo do irlandês, a ponto de imaginar, com uma certa ponta de inveja e preconceito, que algumas daquelas narrativas haviam sido escritas com um teor alcoólico mais avançado.

Parti imediatamente para O retrato do artista quando jovem, outra paulada. Fiquei mais uma vez desnorteado com aquela maneira singular de se escrever, aquela narrativa que parece amadurecer junto com o personagem.

Foi aí que chegou a vez de Ulisses. Para quem não sabe, trata-se do romance que é considerado o mais importante da literatura no século XX, tão genial quanto complexo.

Essa suposta dificuldade funcionou como uma espécie de bloqueio para mim. Eu não desevaja estragar um livro de tal reputação com uma leitura despreparada. Bobagem, eu sei. Mas como eu poderia imaginar, no auge dos meus 20 anos, que quando chegasse aos 30 seria pai, teria um trabalho enlouquecedor e ainda um blog para atualizar?

- Eu não posso comprá-lo. Eu não conseguiria ver o Ulisses me encarando da estante todos os dias, entende?

Juliana riu e me beijou. Depois me puxou até a seção de livros infantis, onde me senti novamente em casa, apesar da lotação de crianças e pais que certamente não têm a menor idéia de quem seja Joyce...

quarta-feira, junho 18, 2008

Fruta Gogóia

Esse é o tipo de pensamento que não dá para soltar numa mesa de bar, pois se torna motivo de zoação por séculos. Mas a verdade é que não consigo sentir nenhum tipo de "entusiasmo", digamos assim, por mulheres como essa tal mulher melancia (em minúscula, a mulher se tornou um substantivo comum nos nossos tempos). Depois de tiazinha, feiticeira e essas mulheres-fruta, qual será o próximo passo na nossa escala de involução? E, afinal, onde estão as mulheres de verdade?

domingo, junho 15, 2008

Processo criativo

Um dia inteiro na frente do computador e apenas uma página escrita. Minha média anda de mal a pior nos últmos tempos...

quinta-feira, junho 12, 2008

Samba do táxi

Meia-noite. Rio de Janeiro. A seguinte cena aconteceu no táxi, assim que deixei o aeroporto Santos Dumont:

- O senhor com certeza não é turista - disse o taxista na minha direção, puxando os erres até o limite do insuportável.
- Não, na verdade eu vim receber um prêmio.
- Olha só, que maravilha... E vamos pra onde?
- Gávea, na casa do tio da minha...
- Não. Estou perguntando onde nós vamos comemorar esse prêmio! Se quiser, posso te mostrar vários lugares interessantes onde executivos como o senhor se divertem...
- Eu imagino, mas não sou executivo, sou jornalista. E casado.
- Todos são casados! Mas ninguém liga, não. É tudo na maior discrição, tá entendendo?
- Acho que sim, mas realmente não estou interessado. A cerimônia é logo cedo e...
- As cerimônias, reuniões, sempre são logo cedo. Mas eu garanto que tu vai ficar novinho em folha... - ele disse, soltando uma gargalhada rouca.
- Sei. Mas não tenho grana pra isso, não.
- Tá de sacanagem, né? Bom, sempre tem a opção do calçadão. Mas aí já viu, né? Pode ter que encarar um fenômeno...
- Sai pra lá! Que fenômeno, o quê! - me irritei.
- Eu sabia que o senhor tinha bom gosto... - ele disse, rindo. - Então, pra onde vamos?
- Pra onde? Como você bem disse, eu tenho bom gosto - respondi, sorrindo para mim mesmo.

De fato, devo dizer que cheguei à cerimônia de premiação novinho em folha no dia seguinte...

sábado, junho 07, 2008

The Oscar goes to...

O diretor, produtor e ator principal deste S&P acaba de ser laureado com o seu primeiro prêmio jornalístico, fruto da reportagem especial e emocionante - feita em parceria com a amiga Olívia Bulla - para a revista Estadão Investimentos sobre previdência privada. A cerimônia de premiação será na terça-feira, no Rio, e minha passagem já está marcada.

quarta-feira, junho 04, 2008

Xindiana

E por falar em caveira de cristal, o título desse velho, digo, novo Indiana Jones não parece de filme da Xuxa?

domingo, junho 01, 2008

A caveira de cristal

Consegui driblar a minha implacável preguiça de fim de semana para dar um passeio pela Benedito Calixto, coisa que não fazia desde o lançamento do meu primeiro livro. Era o aniversário de 9 anos do projeto O Autor na Praça, do meu caro amigo Edson Lima. Acabou sendo mesmo uma passagem relâmpago, mas bem saudosista, como o próprio ambiente da feira sugere. Por um momento, me senti como um Harisson Ford no papel de um Indiana Jones da literatura, envelhecido antes da hora e, pior, deslocado e sem motivação para partir em busca de uma nova aventura. Por sorte, ao chegar em casa fui recebido pelo sorisso banguela do André, que me dá forças para topar qualquer continuação, por mais absurda que pareça.

sábado, maio 31, 2008

Pagu

Não tenho dúvidas de que o mundo é das mulheres. Se nós, homens, ainda nos mantemos no comando dos relacionamentos (o que não se aplica ao meu caso...) é apenas porque muitas delas não se dão conta disso e acreditam em qualquer mentira que contamos, por mais absurdas que pareçam.

quarta-feira, maio 28, 2008

Cansei de Ser Sexy

E esse novo nome da CPMF que o Congresso - leia-se Companheiro Lula - está doidinho para aprovar? É a Contribuição Social para a Saúde (CSS), qua já nasceu como nome de banda famosa (ok, nem tão famosa assim, mas não dava para perder a piada...). Se a moda pega, em breve veremos circulando por aí o Imposto Mutantes, ou melhor, o Imposto Sepultura...

terça-feira, maio 27, 2008

Entende?

O leitor deste S&P sabe que sou fã do poder de comunicação com as massas do Companheiro Lula. Agora, comparar a ex-ministra Marina Silva a Pelé é forçar demais a amizade. O fato é que o presidente já ultrapassou todos os limites de velocidade e intensidade das metáforas nos últimos seis anos. Está na hora de alguém cassar essa licença poética...

domingo, maio 25, 2008

Navegar impreciso

Desde o nascimento do André, minhas idas ao cinema se tornaram um grande evento, planejado com bastante antecedência e ansiedade. Foi imbuído desse espírito que fui assistir a O Sonho de Cassandra, o novo filme do Woody Allen. Desta vez, o diretor decidiu não contar com a beleza de Scarlett Johannson para apostar na dupla de galãs Ewan McGregor e Colin Farrell.

Fosse esse o único erro do diretor, de quem sou fã declarado, tudo bem. O problema é que desta vez a trama de assassinato, ao contrário dos excepcionais Crimes e Pecados e Match Point, não entrega ao expectador o principal: a motivação do assassino. Quer dizer, ela está lá, mas não chega a convencer, pelo menos não a mim.

Apesar desse vício de origem, o filme está longe de ser ruim. Aliás, Allen em seus piores momentos fica a quilômetros da média do cinema atual. Agora é esperar pela volta de Scarlett, que vem acompanhada de Penélope Cruz no novo filme do diretor, Vicky Cristina Barcelona. Esse promete...

Classificação S&P:

O Sonho de Cassandra: "B+"
Crimes e Pecados: "A+"
Match Point: "A+"

quinta-feira, maio 22, 2008

Rebel rebel

Entre a coleção de adjetivos carinhosos que minha chefe dedica a mim, ontem ela acrescentou mais um: indisciplinado. Em reação, imaginei uma outra coleção, de palavrões simpáticos e compatíveis com minha condição de rebelde. Em vez de declamá-los, decidi apenas usar este espaço para lhe dedicar a canção do meu nobre colega David Bowie:

 

terça-feira, maio 20, 2008

Diálogo profissional II

Escravo: Recebi o convite para fazer um treinamento sobre investimentos no banco XPTO. Gostaria de saber se você pode me dispensar durante uma manhã para fazê-lo.

Chefe: Mas esse curso não acrescenta em nada no nosso trabalho.

Escravo: De fato, não há uma relação direta, mas acho que seria importante para o meu desenvolvimento profissional.

Chefe: Nós não temos tempo para essas coisas.

Escravo: Mas as pessoas que vão dar o curso podem se tornar boas fontes.

Chefe: Já ficou esclarecido que nós não temos tempo para ir a coletivas.

Escravo: Não se trata de uma coletiva, mas um treinamento e...

Chefe: Pois então marque uma entrevista com ele por telefone.

Escravo: É apenas uma manhã. E essas pessoas não estão disponíveis a toda hora...

Chefe: Já disse. A resposta é não.

sexta-feira, maio 16, 2008

Diálogo profissional

Chefe: Já entregou a matéria?
Escravo: Ainda não. As fontes estavam todas em conference call e não podiam falar.
Chefe: Você precisa ser mais rápido.
Escravo: Mas as fontes...
Chefe: Não importa.
Escravo: E o que eu faço se as fontes não podem me atender?
Chefe: Não importa, você precisa ser mais rápido.

terça-feira, maio 13, 2008

Mediocridade premiada

Eu precisava pagar esta dívida. Afinal, seja por sorte, para os críticos, ou por competência, para os puxa-sacos, as coisas vem acontecendo no governo do Companheiro Lula.

O homem sobreviveu a quatro anos difícieis - com direito a escândalos pólíticos cabeludos -, conseguiu se reeleger e agora pode bater no peito e dizer que trouxe o País pela primeira vez à primeira divisão da economia mundial. E o melhor, com o Corinthians na segundona...

É claro, não vai faltar tucano para levantar a mão e dizer que todo esse trabalho começou no governo FHC e blá blá blá... Tolices como essa à parte, devo concordar quando eles dizem que o governo Lula é medíocre.

Até agora, apresentou como uma única realização concreta o Bolsa Família, e olhe lá, pois, como já diriam esses mesmos tucanos, o programa nada mais fez do que integrar os programas sociais já existentes e blá blá blá...

De fato, o principal mérito do governo Lula foi não cometer nenhuma barbeiragem grave, o que, em se tratando de Brasil, não é pouca porcaria e já é o suficiente para colocá-lo milhas à frente de seus antecessores. Mas como a capacidade dos petistas de fazer merda a cada dia me surpreende, prefiro esperar até 2010, ou mais, para fazer uma crítica definitiva do período lulista.

Classificação S&P:

Lula: sobe de "C+" para "B" (para nós, ele agora também é grau de investimento)

domingo, maio 11, 2008

Encontros e desencontros

Pronto, a família está completa novamente. Enquanto André e eu matamos as saudades, fiquem com essa lista dos 50 melhores livros cult de todos os tempos, feita pelo Telegraph. Inexplicavelmente, O Roteirista não faz parte dela...

quarta-feira, maio 07, 2008

Mãos de tesoura

É inevitável. Eu mal ponho os pés no salão do barbeiro e ele já coloca um exemplar da Playboy, invariavelmente surrado, na minha mão. Pois bem, como nada de melhor tinha a fazer naquele momento, decidi encarar a "leitura".

Como todo bom leitor de Playboy que se preze, pulei de cara as 50 primeiras páginas para chegar ao que me interessava. A garota da capa era uma tal de Cibele Dorsa, apresentada pela revista como "hot angel da alta sociedade", seja lá o que isso for. A melhor definição para ela foi dada pelo cara da cadeira do lado, que ao ver a capa comentou: "agora botam qualquer uma nessa porra?"

O desperdício só não foi completo porque a outra garota da edição (da qual não me lembro o nome, apenas que está de malas prontas para a Austrália) até que segurou o rojão. E as reportagens também estavam muito boas. Mas, convenhamos, apelar para as reportagens é um péssimo sinal em se tratando de Playboy...

Classificação S&P:
Cibele Dorsa: "B"
Playboy: "C+"

terça-feira, maio 06, 2008

Comando da madrugada

MInha mulher me abandonou. Por uma semana, espero. Enquanto ela participa de um congresso no Velho Mundo, André e eu ficamos em casa, curtindo uma fossa e, no meu caso, curtindo a balada de atualizar este blog em plena meia-noite, no meio de uma insônia e de uma crise de saudades.

sábado, maio 03, 2008

Worst seller

Engraçado. Graças a este blog fiquei com a incômoda fama de ser um leitor de best sellers. Só porque revelei aqui minhas opiniões e "aventuras", digamos assim, ao ler O Código Da Vinci e O Caçador de Pipas. Quer dizer, minha reputação de "escritor" e "intelectual" foi por água abaixo.

Digo isso apenas porque duas pessoas já me ofereceram emprestado um exemplar de A Cidade do Sol, o outro livro do Khaled Hosseini. E ontem um amigo ainda me veio com o Anjos e Demônios.

De uma vez por todas: sou um leitor eclético. De vez em quando me aventuro pelos mais vendidos, mas, definitivamente, essa não é a minha praia. Às vezes, apenas às vezes, eu me rendo. Por exemplo, assim que arrumar um tempo quero passar os olhos n'A Menina que Roubava Livros. Alguém aí tem um exemplar dando sopa?

quarta-feira, abril 30, 2008

Dia histórico

Hoje o Brasil virou investment grade. "E daí?", me pergunta o leigo leitor deste S&P. De fato, para quem não acompanha o dia-a-dia do mercado financeiro esta notícia pode parecer banal. Mas não é. Para um País onde, como dizem, é difícil prever o passado, receber um carimbo como esse não é pouca porcaria.

Na prática, ser investment grade significa que o Brasil passou a ser visto como um bom pagador, ou seja, provavelmente não vai dar calote nos credores. Numa explicação bem rasteira, seria mais ou menos como limpar o nome nos cadastros de proteção ao crédito.

Eu mesmo não acreditava que esse dia chegaria. Para quem não sabe, a inspiração para este blog e da sua sigla veio justamente da agência de risco que deu a classificação de investment grade para o Brasil, a Standard & Poor's, ou S&P para os íntimos. Na época, meu desejo era ironizar essa idéia de notas e conceitos para tudo. É como diz um grande amigo meu, escritor e filósofo free lancer: "às vezes as coisas mudam".

terça-feira, abril 29, 2008

Contra o vento

Uma idéia nova para um romance vem me atazanando há semanas. Uma idéia realmente boa, eu acho. Apenas não sei se vale a pena embarcar nessa mais uma vez. Dar início a um romance agora significaria me manter preso ao computador pelo menos até o fim do ano, isso sem falar nas intermináveis revisões. Depois, passar pela ansiedade de aguardar por uma resposta da editora e, mais tarde, pelo lento e intrincado processo de edição e publicação. E, após a publicação, quando nada acontece, suportar esse enorme vazio, que insiste em ser preenchido por novas idéias. Estou cansado.

domingo, abril 27, 2008

Cerol

Aproveitei o período de convalescença para terminar de ler O Caçador de Pipas. Posso dizer que não tive uma má impressão do livro. Pelo contrário, fiquei curioso agora em assistir à adaptação cinematográfica, já que o autor faz ricas descrições das passagens pelo Afeganistão.

Agora, não ter uma má impressão está longe de ser um elogio. Apesar de considerá-lo bem melhor escrito do que, por exemplo, o Código da Vinci, em vários momentos quase perco a paciência com o livro.

O que mais me irritou foram as várias saídas fáceis que o autor adotou para escapar das dificuldades da narração em primeira pessoa. As várias coincidências ao longo da história também não me foram facilmente digeridas. E, ao final, o drama, que deveria ser afegão, não passa de uma grande e recorrente fábula sobre um tema mais americano do que nunca: a segunda chance.

Classificação S&P:

O Caçador de Pipas: "B"

sexta-feira, abril 25, 2008

O médico e o monstro

Para comemorar o aniversário de três semanas da minha gripe, nada melhor do que ir ao médico. E até que a consulta foi interessante. O doutor, assim como eu, é um grande entusiasta da medicina, mais precisamente da indústria farmacêutica.

Tivemos uma longa conversa sobre princípios ativos e prescrições dos medicamentos. Ele fez uma boa avaliação sobre meu processo de automedicação, porém considerou que eu deveria ter sido mais ousado, ou seja, tomado doses ainda mais fortes dos remédios.

Foi graças ao médico que descobri que o que me atacou não foram vírus, e sim bactérias. Para acabar com elas, ele me receitou mais um coquetel de antibióticos, entre eles um caríssimo remédio de venda controlada que, segundo ele, é tiro e queda contra a tosse.

quarta-feira, abril 23, 2008

Eu uso drogas

Resolvi pegar pesado contra a gripe. Acabei de iniciar o tratamento com antibióticos para ver se consigo fazer com que esses vírus malditos desocupem o imóvel de vez...

segunda-feira, abril 21, 2008

Pílulas do feriado

...André perdeu a virgindade aos sete meses: foi pela primeira vez a um shopping center. Passou boa parte do tempo dormindo, mas enquanto esteve acordado fez a festa dos vendedores e encheu o papai de orgulho, pra variar...

...Minha gripe completou duas semanas, mais alegre e saltitante do que nunca...

...Passei um dia na casa dos meus pais, no litoral, e de lá assisti à eliminação do São Paulo no Paulistão. O time não teve culpa, simplesmente não havia condições de se jogar naquele chiqueiro...

...Assisti à entrevista do pai e da madrasta da Isabella no Fantástico, mas não darei a minha opinião nem escreverei mais sobre o assunto, porque simplesmente não agüento mais a massacrante cobertura da "mídia golpista"...

...Acabo de preencher e enviar pela primeira vez sozinho - e sem ajuda dos universitários - a declaração de imposto de renda. Só espero que a Receita não se dê conta disso...

quarta-feira, abril 16, 2008

Produção independente

Podem acusar o Banco Central de muitas coisas. Menos de brincar em serviço. Ao enfiar goela abaixo um aumento de meio ponto nos juros, o tio Meirelles mais uma provou que tem carta branca do companheiro Lula para fazer o que achar que for preciso para combater a inflação. E querem saber? Isso não é ruim.

terça-feira, abril 15, 2008

Sete erros

Você, leitor deste S&P, provavelmente não reparou, mas enfim a lista de blogs amigos foi atualizada. Confira aí do lado!

P.S. 1:  Com a inclusão do Paseo Literario, este blog aponta para links em três idiomas. Chique, não?

P.S. 2: Quem não atualizar seu blog com freqüência vai ser excluído na próxima atualização, o que deve levar mais uns três anos...

domingo, abril 13, 2008

Highlander

capa380 É difícil dizer que as coisas não vão bem para Lula. Não há melhor sinal de que o presidente vive um céu de brigadeiro do que a capa da revista Veja desta semana. Quando a representante-mor da dita "mídia golpista" - da qual, por enquanto, faço parte - não tem nada melhor a fazer a não ser estampar uma foto do Companheiro envelhecido em um photoshop de quinta categoria, com o pretexto de requentar o assunto mais do que batido do terceiro mandato, o negócio é jogar a toalha e começar a fazer as contas para 2010. Ou 2026, se preferirem...

quinta-feira, abril 10, 2008

Nada sincronizado

Eu não gosto de banheiros masculinos. Quando se está num local público de grande movimentação (com exceção do shopping Frei Caneca), vá lá. Mas no ambiente de trabalho é o fim da picada, sem trocadilho. Sabe como é, sempre se corre o risco de encontrar a mesma pessoa, em geral alguém com quem você mal fala, mais de uma vez no mesmo dia.

Pois hoje passei pela situação de dar de cara (só de cara...) com um desses ilustres desconhecidos da redação por TRÊS vezes! Na primeira, estava bem no meio de minhas necessidades fisiológicas quando ele chegou, posicionando-se logo ao meu lado. Na segunda, por sorte, já estava lavando as mãos e procurei escapar antes que se desse conta da minha presença.

Na última do dia, foi a minha vez de me colocar ao lado dele. Bem humorado, o figura soltou a seguinte gracinha enquanto tentava me concentrar no ato (de urinar):

- Hoje nós estamos sincronizados, hein?
- É, nada sincronizado. Quer dizer, nado - respondi, no susto.

Sem entender a piada, que por sinal não tinha lógica alguma, o cara deu uma risada forçada e caiu fora bem rápido. Banheiros masculinos não são um bom lugar para se fazer amigos, definitivamente.

terça-feira, abril 08, 2008

Presente do pretérito

De repente, me vejo aos 30 anos vivendo uma rotina tão ou ainda mais massacrante do que nos tempos de universidade, época em que, sei lá como, consegui me dividir entre os estudos em Santos e o trabalho em Sampa. A diferença é que naquele tempo eu ainda não tinha um blog.

sábado, abril 05, 2008

Mais do Franco

Atendendo a (poucos) pedidos, decidi publicar uma sinopse do meu novo romance - Regressão - as vidas passadas de Alberto Franco. Não sei se será publicado um dia, mas devo dizer que, na humilde opinião deste escriba, é um sucessor à altura de O Roteirista...

O protagonista de O Roteirista – uma fábula vulgar está de volta, mas que ninguém espere uma continuação neste novo romance de Vinícius Pinheiro. Em Regressão – as vidas passadas de Alberto Franco, o autor mergulha seu personagem-fetiche em uma trama repleta de reviravoltas e radicaliza as experiências metalingüísticas, que vão da Odisséia a Matrix, sempre no tom de comédia característico do escritor.

Franco ressurge como um errante vendedor de planos de saúde, que graças à habilidade de escrever bem ganha a oportunidade de ingressar na carreira de jornalista. Pouco depois de se estabelecer na nova profissão, conhece Clara, o fio condutor e "fio da navalha" de Regressão. Graças à jovem atriz e dubladora de filmes “B”, o eterno roteirista é convidado a fazer a adaptação de um livro desconhecido para o cinema.

Em pouco tempo, Clara decide se mudar para a casa de Franco. O problema é que o apartamento onde mora é compartilhado com três amigos: o excêntrico e recluso Nélio, o encostado Renato e o crítico cultural Daniel, responsável por conseguir o emprego de Franco no jornal onde trabalha.

O romance é permeado ainda pelos ares esotéricos de uma vidente onipresente chamada Carmem, que conduz o protagonista em uma duvidosa terapia de regressão. Enquanto isso, os encontros e, principalmente, desencontros de Franco e Clara se desenrolam nas coxias teatrais, quartos de motel, sets de filmagem, até culminarem em teorias conspiratórias e no apoteótico final.

Toda a história é relatada pelo próprio Franco a um interlocutor oculto, à primeira vista confundido com o próprio leitor. Um ingrediente a mais na efervescente geléia literária, que reserva pequenas surpresas e referências inesperadas aos paladares mais apurados.

terça-feira, abril 01, 2008

Exercício metalingüístico

Pensei em escrever um post de mentira apenas para aproveitar a efeméride. Porém, como o dia passou voando, com muito trabalho e direito até a tiroteio na frente do meu prédio (isso é verdade!), acabei desistindo da idéia.

Ou não. Afinal, se tivesse mudado de idéia, este post não poderia ter sido escrito, certo?

domingo, março 30, 2008

Tráfego

Hoje, levei O Caçador de Pipas ao supermercado, para ler na fila do caixa enquanto esperava a minha vez de pagar pelas compras do mês. Incrível essa flexibilidade que os best sellers nos dão. Mais um pouco e começo a deixá-lo no carro, para os dias de maior aperto no trânsito...

Mas o livro desta vez não contribuiu em nada para minha socialização ao ambiente. Pelo contrário. A minha distração entre as páginas do novelão afegão rendeu insultos nada amistosos de um cidadão posicionado atrás de mim. Apenas porque demorei um pouco em empurrar o carrinho depois que a senhora à nossa frente passou as compras dela pelo caixa.

E não foi o único incidente pelo qual passei no estabelecimento. Em mais um episódio típico paulistano, um outro cidadão teve um surto de cólera só porque coloquei um produto de limpeza, por engano, no carrinho dele. De pouco adiantou tentar esclarecer a confusão, o cara só ficava mais nervoso e, por pouco, não me agrediu com um engradado de detergente.

Cansado - e um tanto perplexo -, me pus a tentar entender o pensamento dessa gente. Que o fato de eu demorar alguns segundos para preencher o espaço vazio à frente na fila do caixa irá amenizar a tortura de aguardar pela vez de ser atendido? Ou que existem pessoas especializadas em colocar suas compras no carrinho dos outros com o único intuito de prejudicá-las?

terça-feira, março 25, 2008

Caça e caçador

Nada como se sentir integrado ao ambiente. Hoje, ao tomar o ônibus rumo ao trabalho, resolvi matar o tempo com meu exemplar (emprestado) de O Caçador de Pipas. Sim, eu sou uma das cinco pessoas que ainda não leram o best seller do Khaled Housseini.

Em pouco tempo, antes mesmo que pudesse virar a primeira página, notei vários olhares - todos eles bem intencionados - na minha direção, um deles de uma senhora que sustentava nas mãos Onde Está Teresa, o último (eu acho) da Zíbia Gaspareto (incrível como sempre existe alguém lendo a Zíbia no ônibus, parece até jogada de marketing). Um rapaz chegou a puxar papo comigo, dizendo que O Caçador era um dos melhores livros que ele já tinha lido e que eu certamente iria gostar muito.

De fato, adorei a recepção calorosa, porém mais tarde acabei por ficar com uma dúvida um tanto amarga: será que a recepção seria a mesma se, em vez de O Caçador de Pipas, eu tivesse aberto em pleno coletivo um exemplar de O Roteirista?

sábado, março 22, 2008

Referência

Dostoievski? Machado? Hemingway? Faulkner? Joyce?

Está certo, eles também foram grandes influências. Mas nada que se compare a esta aqui:

quarta-feira, março 19, 2008

Tudo igual

Faz tempo que não escrevo nada sobre política aqui. Também pudera. Ao ler o notíciário hoje em busca de "inspiração", me deparo com os seguintes assuntos:

- Eleição para Prefeitura de SP - nenhuma novidade nos últimos seis meses. Alckmin Picolé de Chuchu briga pela indicação tucana contra o "companheiro" Serra e o demo Kassab;

- CPIs - O governo Lula adotou uma estratégia bem eficiente do que o do magnânimo FHC: em vez de enterrá-las, deixa que os deputados e senadores façam isso por si próprios;

- Eleições 2010 - Pelo menos acabaram com o papinho furado do terceiro mandato do Companheiro Lula. Fora isso, nada de novo no front, a não ser a "mãe do PAC" Dilma, pensando que tem alguma chance, coitada.

- Reforma tributária - Ha Ha Ha...

domingo, março 16, 2008

Tabu

Para aqueles que acreditam em "sinais": perdi minha invencibilidade em plantões. Pela primeira vez em sete anos, o São Paulo foi derrotado enquanto eu trabalhava. Está certo, houve o apito amigo, o péssimo estado do gramado, algumas atuações bisonhas da equipe... Bom, melhor não reclamar, afinal amanhã estaremos aqui (na redação) novamente, eu espero.

Literação

Existem livros bons e livros ruins. Livros que você reconhece como bons, mas por motivos pessoais não gosta. Livros que reconhece como ruins, mas que você não consegue não gostar. Livros pretensiosos e ruins, livros pretensiosos e bons. Livros ruins, mas bem escritos, livros bons, mas sem grande rigor estilístico. Existe ainda uma infinidade de outras combinações de adjetivos, mas creio que o leitor deste S&P já entendeu aonde eu quero chegar.

Pois bem. Os Detetives Selvagens, tijolão de 620 páginas do escritor chileno Roberto Bolaño, encontra-se na categoria de “livros com os quais me identifico”. Faz tempo que uma história não me pegava tão em cheio, embora sempre em romances tão longos como esse tem-se a impressão de que um ou outro trecho poderia ser suprimido sem prejuízos à trama.

O livro divide-se em três partes: a primeira e a terceira compõem fragmentos do diário de Juan Garcia Madero, jovem poeta mexicano de 17 anos que se integra a um movimento literário chamado realismo visceral. E a segunda traz os chamados Detetives Selvagens do título. Essa parte é composta de depoimentos de outros personagens, que dão pistas, muitas delas confusas e conflitantes, sobre o destino de outros dois poetas: Arturo Belano e Ulisses Lima.

Para quem gosta de ler e, principalmente, gosta de literatura, trata-se de uma obra altamente recomendável. Porém, a falta de respostas conclusivas a várias das questões ao longo do romance talvez afugente quem não aprecia muito esse tipo de obra, conhecida nos meios acadêmicos como “clarqueana”.

Classificação S&P:
Os Detetives Selvagens: “A-”

quinta-feira, março 13, 2008

Ficçãozinha

Após a palestra na universidade, ontem, a bela aluna veio na minha direção e foi direta:

- Vinícius, vi que no seu livro, na orelha, você se definecomo “apenas um cara ciumento”. Agora, me diga uma coisa: você é fiel?
- O quê? Quero dizer... sou sim. Claro que sou, oras! Por que a pergunta?
- Nada. Só queria testar a sua reação.

terça-feira, março 11, 2008

Oráculo

Fui convidado para dar uma palestra amanhã na universidade em que formei. A idéia, segundo o professor que me convidou, é conversar com os alunos sobre a importância do texto e o trabalho como jornalista. É claro que vou aproveitar para dar uma palhinha e fazer a boa e velha propaganda de O Roteirista. O difícil vai ser me animar para falar da profissão nesse momento tão turbulento que passo na redação.

sexta-feira, março 07, 2008

Afaste-se da luz

Se os meus primeiros dias na nova função profissional pudessem ser comparados a um filme, este seria uma mistura entre Rambo e Poltergeist. E isso não é uma piada.

terça-feira, março 04, 2008

Réquiem para um blog

Devo dizer que este S&P está mais uma vez ameaçado de "descontinuidade", para usar um jargão jornalístico ridículo. Dei início ontem à tarde às minhas novas atribuições e, pelo visto, não sobrará muito tempo para atividades "extracurriculares". E, na escala de prioridades deste vosso humilde escriba, atualizar o blog encontra-se atualmente entre as últimas posições, apesar de fazê-lo com muita satisfação. Não se trata de uma decisão tomada, e pode ser que a minha primeira impressão sobre os novos tempos tenha sido sombria demais. Aguardem pelos próximos capítulos (tomara que eles venham)...

segunda-feira, março 03, 2008

Premonição

Não, eu não morri. Mas o tal do sonho da mulher do meu colega revelou-se um intrigante presságio. Naquela mesma quinta-feira, peguei uma gripe que me deixou fora de combate todo o fim de semana e recebi o convite da chefia para integrar uma nova editoria, responsável pela edição de um portal de investimentos pessoais. Boa sorte para mim!

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Hora do pesadelo

Fui recepcionado no trabalho por um colega, com quem tenho pouca afinidade. Ele me abordou com um ar sombrio e a expressão fechada:

- Minha mulher sonhou com você esta noite.

Minha reação, como era de se esperar, foi de total perplexidade. Inclusive demorei para me lembrar quem era a mulher do dito cujo. Eu mal a conhecia e, portanto, não compartilhava de um grau de intimidade suficiente a ponto de protagonizar um sonho.

Antes que eu pudesse explicar o inexplicável, inclusive para mim, ele completou, lacônico e dando-me as costas em seguida:

- Achei que você precisava saber. Ela sonhou que você estava morto.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Futuro best seller

A quem interessar possa: finalmente concluí a revisão do meu novo romance. Quer dizer, esse processo nunca acaba, mas acho que cheguei num ponto que considero satisfatório. O livro se chama Regressão – as vidas passadas de Alberto Franco. Como já entrega o título, o protagonista de O Roteirista está de volta. Os detalhes sobre a história estão em uma sinopse que enviei à editora e publicarei aqui oportunamente. Por enquanto, fiquem com um trecho do romance:

Você deve imaginar como me senti: ludibriado, à primeira vista, ao me deparar com a figura dela, a brincar entre os cubos de gelo do drinque transparente com o canudo colorido, o biquinho no formato de um beijo cerrado, os dedos pequenos e os olhos concentrados na tarefa. Ludibriado, pois a cena não passava de uma fraude, ela notara minha presença segundos antes e esforçava-se em chamar a minha atenção de forma premeditada. Ludibriado, e eu quase podia adivinhar seu nome, se ela não se antecipasse e soletrasse uma a uma as letras, C-L-A, formando uma pequena onda de calor e saliva nos lábios antes da segunda e derradeira sílaba, R-A.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Bafômetro

Juliana e eu saímos neste fim de semana para a nossa primeira balada desde o nascimento do André. Fomos à festa de aniversário de uma amiga, daquelas que simplesmente não se pode perder. Foi tudo ótimo, do local à seleção musical, embora meu humor tenha oscilado bastante durante a noite...

Na chegada...
Juliana: Olá, Fulano(a)! Este é o Vinícius.
Fulano(a): Oi, Vinícius! A Juliana fala muito de você.
Vinícius (imóvel): Ah...
Fulano(a): E o livro, como andam as vendas? Me contaram que o lançamento foi um sucesso...
Vinícius: É.
Fulano(a): Ela me contou que você cobre economia e mercado financeiro. Uma loucura, não?
Vinícius: hum-hum.

Duas taças de pró-seco depois...
Vinícius (gesticulando): Sabe, Fulano(a), O Roteirista é uma metáfora da sociedade que valoriza a imagem acima de tudo, mas escrito de uma forma leve, sem o tom rancoroso que costuma marcar esse tipo de romance. Na verdade, trata-se de uma comédia acidental, com uma narração que oscila entre o trágico e o vulgar. Não é à toa que eu concentro todas as referências do personagem em situações supostamente fora do escopo...

Mais duas doses de uísque red label depois...
Beatles: "Well, shake it up baby now!"
Vinícius (dançando): Shake it up baby…
Beatles: "Twist and shout!"
Vinícius: Twist and shout…

Mais uma dose de caipirinha com gengibre depois...
Vinícius (irritado): É claro que eu tenho condições de dirigir! Tá achando que eu bebi demais? Ora, eu não estou falando alto, é a droga dessa música que me deixa surdo. Não, eu não vou te dar a chave do carro...

Para resumir a história, pouco antes de sairmos da festa os anfitriões distribuíram picolés aos convidados, o que contribuiu para elevar um pouco o nível de glicose na minha corrente alcoólica e impedir um vexame. E, não, eu não dirigi de volta para casa naquela noite.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Reticências

A mulher ia de um lado para o outro com um único propósito: chamar a minha atenção. Negra, alta (muito alta) e bela (inebriante). Eu mal podia vê-la, mas sabia que ela acompanhava todos os meus movimentos. Ambos estávamos ali a trabalho: eu cobria a palestra de um executivo, ela recepcionava os convidados, que um a um se desmanchavam ao encará-la de frente.

Enquanto o burocrata falava, e eu anotava de modo febril, comecei a enxergar o mesmo discurso proferido pela boca dela, a qual eu apenas idealizava: sólida, levemente úmida e camuflada por uma espessa camada cosmética. Depois, aproveitando-me da proximidade imaginada, percorri-lhe o resto do corpo, até perder o controle em algum lugar próximo à virilha e me espatifar contra o solo.

Teria sido mais simples lidar com a situação se pudesse compartilhar meus sentimentos com quem estivesse por perto. Ao meu redor, porém, somente jornalistas fêmeas, indiferentes ao pecado que nos rondava. Tentei, então, ignorar os apelos da mulher por conta própria e me concentrar no trabalho: escrever, escrever, escrever. Porém, sem que eu percebesse, os sujeitos, verbos e predicados começavam a tomar forma no pequeno bloco de anotações e pareciam chamar por ela.

Não, havia de ser somente mais uma ilusão provocada pelo colarinho enforcado pela gravata e o calor do paletó no ambiente asfixiado. Pois se as palavras realmente tivessem voz, na certa ficariam surdas e mudas, como eu fiquei no momento em que ela veio até mim e revelou.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

A culpa é do Fidel

“Não consigo mais. Eu peço desculpas, mas não consigo mais...”

Com graves problemas de saúde, El Comandante (ou “Coma Andante”, para os engraçadinhos de direita) Fidel Castro anunciou a aposentadoria depois de módicos 49 anos na “presidência” de Cuba. A verdade é que o controvertido líder esquerdista já deveria ter pedido para sair há muito tempo, há uns 45 anos, para ser mais preciso. Uma pena que ele tenha dado o gostinho da vitória aos EUA justamente no governo do tio Bush...

Classificação S&P:
Fidel Castro: "D+" (deixaremos a história dar seu veredicto...)

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Desejo proibido

A confusão da volta das férias foi tamanha que até esqueci de relatar minhas impressões sobre o filme Desejo e Reparação, um dos fortes concorrentes ao Oscar deste ano e minha última incursão ao cinema. E se me esqueci foi com certeza porque não se tratava de grande coisa. Vamos aos pontos:

Chatice – Sabe aqueles filmes que forçam a barra para parecerem mais densos do que realmente são? A carapuça serve perfeitamente em Desejo e Reparação. Tudo conspira para tornar a atmosfera pesada, como prenúncio da pequena catástrofe que mudará para sempre a vida de todos os envolvidos na história... Ora, se eu quiser assistir a um dramalhão nem preciso sair de casa, basta sintonizar na novela. Classificação S&P: “B”

Livro – O filme é uma adaptação do romance Reparação, de Ian McEwan. Pelo que se fala, o livro é uma pequena obra-prima. A trama de fato tem algo de brilhante, mas que só aparece de relance durante as duas horas de projeção. Tive a sensação de que o filme não chega aos pés do original, mesmo sem tê-lo lido. Classificação S&P: “A-”

Keira – É o corpo (principalmente) e a alma do filme. Como atriz, Keira Knightley continua muito fraca. Mas quem se importa? Nesse sentido, devo reconhecer que o diretor foi bem esperto e procurou, sempre que possível, encher a tela com a presença da belíssima, maravilhosa, estonteante, tentadora, admirável, arrebatadora... do que eu estava falando mesmo? Classificação S&P: “A+”


quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Chuchu Highlander

Quem considera o companheiro Lula um mau articulador político, com certeza não conhece José Serra. Principal pré-candidato tucano à vaga de inquilino do Palácio do Planalto em 2010, o governador de SP amargou uma grande derrota interna com a eleição do xará José Aníbal para a liderança do PSDB na Câmara.


E que raios essa votaçãozinha tem a ver com a corrida presidencial? Elementar, meu caro leitor. A estratégia de Serra para chegar ao lugar de Lula inclui um acordo com os Demos (ex-PFL), que já deixaram claro que vendem o apoio em troca de uma forcinha do governador para reeleger o asséptico Gilberto Kassab prefeito de Sampa.

Com a perda do controle da bancada, Serra pode ter que tirar o tucaninho da chuva, pois a vitória de Aníbal fortalece o grupo ligado a Geraldo Alckmin. Relegado ao ostracismo após a derrota nas eleições de 2006, o eterno picolé de chuchu deseja ressurgir das cinzas elegendo-se prefeito da capital paulista. Todas as pesquisas indicam que ele atropela Kassab e vai embora sem prestar socorro.

A demonstração de fraqueza do governador de SP também deu munição ao colega carioca, quer dizer, mineiro, Aécio Neves. O sobrinho do Tancredo também cobiça a vaga tucana em 2010 e mostrou que sabe comer pelas beiradas. E não me refiro a modelos, atrizes ou candidatas a miss Brasil...

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

S&P recomenda

Não é apenas um livro. Em Anjos de Barro, o jornalista José Maria Mayrink, que também é meu sogro - ou melhor, eu é que sou genro dele -, tece uma grande reportagem a respeito de crianças e jovens com deficiência. Escrito na década de 1980, trata-se de um relato atemporal, assim como todos os dramas humanos. Após muitos pedidos de reedição, Mayrink - também autor de Solidão, Filhos do Divórcio, 3 x 30 e Vida de Repórter - optou por liberar o download de graça no site da editora Geração.

Clique aqui para baixar

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Quero ser Warren Buffett

Deve ser muito bom ser Warren Buffett. O megainvestidor fez o que nem o presidente Bush conseguiu: dar um jeito no péssimo humor do mercado financeiro. Para isso, bastou anunciar um plano para tentar ajudar as seguradoras de bônus nos EUA. E o que isso quer dizer? Pouco importa, o mais importante é o valor da conta: US$ 800 bilhões. Quem dá mais?

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

A prova

Uma polêmica que surgiu no mundinho fashion do mercado financeiro. Primeiro, falou-se que os países emergentes, entre eles o Brasil, haviam se descolado da crise que atinge a terra do tio Bush. Após o pessimismo geral que tomou conta dos investidores durante as minhas férias, alguns entendidos no assunto voltaram atrás e chamaram o fenômeno que arrastou todo mundo bueiro abaixo - incluindo os "descolados" emergentes - de “recolamento” (ou recoupling, no bom e velho inglês). E o que dizer da bonança de hoje que leva a Bovespa a subir quase 3%? Será que alguém ainda é capaz de duvidar do Efeito Vinícius?

domingo, fevereiro 10, 2008

Vida de gado

Aqui estou eu, feliz e saltitante (trata-se de uma ironia, não de viadagem...), para mais um plantão jornalístico. Não adianta nem tentar escapar, faz parte de uma espécie de pacote de volta das férias. Mas para os supersticiosos como eu, um alento: hoje tem jogo do São Paulo e nunca vi meu time perder aqui da redação...

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Cultuado

Menos, Vinícius, menos... Mas uma boa notícia, enfim. O Roteirista ganhou uma pequena, mas consistente e elogiosa crítica na revista Cult. Se não servir para vender mais, a resenha ao menos dará algum prestígio ao meu prezado romance. Só Deus e os leitores deste S&P sabem como tem sido difícil arrancar um espaço para a divulgação do livro...

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Deixe sangrar

Essa história da farra dos cartões corporativos no governo vai render um bom barraco, do jeito que este S&P gosta. Os parlamentares da base lulista deram um golpe certeiro na oposição ao apresentarem um pedido de CPI para investigar a gastança desde a gestão FHC. Será que os tucanos vão concordar em ver exposta em praça pública a fatura do cartão usado pelo magnânimo sociólogo e gênio da raça?

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Imagem e ação

That's all folks. Hoje é meu último dia de férias. Não viajei e quase não botei os pés fora de casa. Pode parecer chato para muitos de vocês. Mas, acreditem, nenhuma viagem me traria a alegria que o carinha da foto abaixo me proporciona...


Nota... dez!

A mania é só minha ou alguém mais gosta de assistir à apuração das notas das escolas de samba, mesmo sem ter visto nada do desfile?

quinta-feira, janeiro 31, 2008

Objeto de desejo

cartão2

O pessoal do banco anda me ligando para oferecer um aumento no limite do meu cartão de crédito. Mas nada que chegue aos pés dos R$ 13 mil por mês gastos pela ministra Matilde Ribeiro. E tenho certeza de que ela ainda não paga anuidade! Agora entendo por que o governo precisava tanto dos recursos da CPMF...

Classificação S&P:
Matilde Ribeiro: "D"
(talvez tenha sido a primeira ação da ministra a ganhar destaque na imprensa...)

terça-feira, janeiro 29, 2008

Cores e nomes

Uma bobagem, apenas para registro. É que aqui na vizinhança existe uma loja, daquelas que vende de tudo, com um nome que considero sensacional: A Prestativa. Esse artigo definido é simplesmente brilhante! Tenho certeza de que a solução para todos os problemas dos clientes do estabelecimento encontra-se em uma daquelas prateleiras cheias de quinquilharias...

Em compensação, bem perto da loja A Prestativa, existe uma papelaria chamada Segurança. De tão ridículo, até pensei em usar esse nome em alguma das minhas histórias. Mas não. A papelaria Segurança não vale mais que um post deste S&P...

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Funcionário do ano

Não sei quanto a vocês, mas eu faço o tipo certinho no trabalho, daqueles que evita usar os recursos da firma para resolver problemas pessoais. Tá bem, eu confesso que imprimi uma ou duas versões preliminares de O Roteirista na redação. Mas agora, depois dessa megafraude de quase 5 bilhões de euros (!!!) provocada pelo bonitão da foto ao lado ao banco francês Societé Generale (o nome do banco tem mais acentos, mas eu não tenho a menor idéia de onde eles ficam), qualquer pecado profissional cometido por um de nós fica automaticamente perdoado. Obrigado, Jérôme Kerviel!

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Mil e uma noites

Depois da soja, do minério de ferro e dos aviões da Embraer, nosso mais novo produto de exportação chama-se Eduardo Suplicy. O ilustre senador petista foi convidado para ir ao Iraque falar sobre, adivinhem, renda mínima. De quebra, ainda brindou a audiência com a já clássica interpretação da canção Blowin'n in the Wind, de Bob Dylan.

No entanto, fontes diplomáticas revelaram a este S&P que o objetivo da viagem do senador foi outro: acabar com os focos terroristas no país invadido pelo tio Bush. De fato, o líder da Al-Qaeda Osama bin Laden já revelou que pretende se entregar ao exército norte-americano só para não ter que ouvir novamente o discurso do ex-marido da dona Marta...

terça-feira, janeiro 22, 2008

Antenados

Mesmo quem não gosta do MST deve admitir que, de vez em quando, o movimento tem algumas sacadas geniais. Essa história de invadir a fazenda do traficante Juan Carlos Abadia pode ser um grande factóide, já que o lugar fica, em grande parte, dentro de uma área de proteção ambiental - inviável à reforma agrária, portanto. Mas não dá para não reconhecer o senso de oportunidade dos sem-terra. Desde que essa história de Bolsa Família esvaziou a causa, é preciso criatividade para se manter na mídia...

Classificação S&P:
MST: sobe de "D" para "D+"

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Jornada sentimental

O lançamento de O Roteirista em Santos por muito pouco não foi feito debaixo d'água, tal a intensidade da chuva que abateu a minha querida e amada cidade natal. O clima, porém, esteve ruim apenas da porta para fora da Livraria Realejo, já que o evento foi superprestigiado, tanto pelos velhos e constantes amigos - agora com suas respectivas famílias -, como pela família e interessados em literatura (sim, eles existem!).

De quebra, ainda tive direito aos meus 15 minutos de fama, depois de ser entrevistado pela TV Tribuna, a afliliada da Globo no litoral paulista. Confiram!

domingo, janeiro 20, 2008

É hoje!

Convite O Roteirista Santos

Além do bate papo com o quase famoso autor de "O Roteirista", a livraria promete para a mesma data uma apresentação de jazz. Mais um motivo para os santistas deixarem o Faustão de lado e aproveitarem a rara presença na cidade da "grande revelação da literatura dos últimos tempos", como diria um apocalíptico...

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Efeito Vinícius

Pode (e deve) ser coincidência. Mas o fato é que em todos os meses que tiro férias a Bolsa cai. É claro, a mídia golpista tenta esconder, inventando, desta vez, essa história de risco de recessão na terra do tio Bush. Não se deixe enganar! Você que se estrepou nesse começo de ano, relaxe. Estarei de volta logo depois do Carnaval...

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Diversões eletrônicas

Pois bem, acredito que atingi aquele ponto crucial das férias em que começo a me dar conta de que não conseguirei fazer tudo o que gostaria. Estou longe de concluir a revisão do novo livro e mais lento ainda nas leituras. Para piorar (ou, quem sabe, justificar...) me encontro há quase uma semana no estaleiro por conta de alguma comida estragada.

A verdade é que acabo me dispersando facilmente dos objetivos. Por exemplo: o que era para ser uma simples atualização deste S&P acabou se transformando em um post de teste para um novo programa que instalei, o Windows Live Writer. Isso depois de várias horas entre a descoberta do programa, o download, a instalação e a configuração, até chegar a este texto.

Devo dizer, o programa é legalzinho, mas até agora não parece ter compensado o investimento do meu precioso tempo...

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Tempo, tempo, mano velho

Outro dia minha amiga Tilda escreveu um post sobre aquelas mudanças típicas de comportamento conforme o passar da idade. À lista de atitudes ranzinzas que ela criou eu acrescentaria "reclamar dos vizinhos".

Depois de viver cinco anos em uma barulhenta república, chegou a minha vez de sentir na pele, ou melhor, nos ouvidos, o incômodo de ter uma universotária no andar acima do meu. Na última quinta-feira, ela acordou metade do prédio onde moro durante uma briga com o namorado.

Entre a interminável coleção de palavrões direcionados ao dito cujo, a vizinha escandalosa ainda acusou o pobre de não estar, como diria... na sua melhor forma sexual. É claro que, às cinco da manhã, ela foi bem mais franca e direta, o que tornaria a coisa até divertida em outros tempos. Agora, com o peso dos meus 30 anos, restou-me apenas ficar indignado e relatar o fato à sindica - omitindo os detalhes sórdidos, pois não tenho toda essa intimidade com ela...

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Pílulas das férias

Capitalismo subterrâneo
O asséptico prefeito Kassab bem que podia estender a tal da lei cidade limpa para debaixo da terra. Mais precisamente no metrô, que a cada dia polui mais a visão dos passageiros com propaganda. Você sabe que alguma coisa está errada quando até as catracas das estações são “patrocinadas”.

Filmes
Tenho assistido a alguns filmes, mas não sei se farei uma crítica mais aprofundada, dado que os posts sobre cinema não costumam fazer muito sucesso aqui neste S&P. Por enquanto, fiquem com a minha classificação:

A Vida dos Outros: “A”
Jogo de Cena: "A"
Meu nome não é Johnny: “B+”

Vacinas
Nesta semana, o André tomou a segunda batelada de vacinas: a tetra, a da pólio e a do rotavírus. As reações não foram nada boas. O pequeno passou dois dias com febre e ontem começou a vomitar. Mas hoje acordou mais bem disposto. Tomara que o pior tenha passado.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

O Roteirista em Santos


O bom filho à casa torna. Neste dia 20 de janeiro, um domingão, a partir das 18h (depois da praia, portanto), venha bater um papo com o autor de O Roteirista na Livraria Realejo (Av. Marechal Deodoro, 2 - pertinho da Praça da Independência), em Santos.