Tráfego
Hoje, levei O Caçador de Pipas ao supermercado, para ler na fila do caixa enquanto esperava a minha vez de pagar pelas compras do mês. Incrível essa flexibilidade que os best sellers nos dão. Mais um pouco e começo a deixá-lo no carro, para os dias de maior aperto no trânsito...
Mas o livro desta vez não contribuiu em nada para minha socialização ao ambiente. Pelo contrário. A minha distração entre as páginas do novelão afegão rendeu insultos nada amistosos de um cidadão posicionado atrás de mim. Apenas porque demorei um pouco em empurrar o carrinho depois que a senhora à nossa frente passou as compras dela pelo caixa.
E não foi o único incidente pelo qual passei no estabelecimento. Em mais um episódio típico paulistano, um outro cidadão teve um surto de cólera só porque coloquei um produto de limpeza, por engano, no carrinho dele. De pouco adiantou tentar esclarecer a confusão, o cara só ficava mais nervoso e, por pouco, não me agrediu com um engradado de detergente.
Cansado - e um tanto perplexo -, me pus a tentar entender o pensamento dessa gente. Que o fato de eu demorar alguns segundos para preencher o espaço vazio à frente na fila do caixa irá amenizar a tortura de aguardar pela vez de ser atendido? Ou que existem pessoas especializadas em colocar suas compras no carrinho dos outros com o único intuito de prejudicá-las?