terça-feira, setembro 30, 2008

A urna da Lavínia

Ué, cadê a barriga? De todas as propagandas políticas a que mais me irrita é a da Justiça Eleitoral. A apelação em torno do voto consciente, que já era ridícula, ganhou ares esquizofrênicos com a aparição da atriz Lavínia Vlasak. Grávida, ela decide colocar o futuro do rebento dela na nossa mão. E ameaça: se você não votar direito, quem vai se foder é o filho dela. E você não vai querer foder o filho da Lavínia, vai? E a Lavínia?

Classificação S&P:
Lavínia Vlasak: "A" (seria "A+" não fosse o mico eleitoral)
Justiça Eleitoral: "C" (pela propaganda mal feita)

quarta-feira, setembro 24, 2008

O fim de uma era

A crise financeira realmente é grave. Após o colapso de bancos de investimento tradicionais como o Bear Stearns e o Lehman Brothers, foi a vez do meu bom e velho chinelo sucumbir aos boatos de que não resistiria à turbulência nos mercados. As havaianas laranjas mostraram-se confiáveis e sobreviveram a vários momentos de crise nos últimos anos, entre eles a independência da república onde morava e a difícil passagem para o time dos casados. Mas as dificuldades enfrentadas pela economia norte-americana acabaram se refletindo na tira esquerda do chinelo, que se arrebentou nesta manhã, assim como vários bancos de Wall Street. Será que o tio Bush me empresta algum para eu comprar um novo?

quinta-feira, setembro 18, 2008

The great gig in the sky

Jornalista é um bicho chato, muito chato mesmo. Quando estava na faculdade, um dos meus objetivos – meu e da torcida do Flamengo, diga-se de passagem – era escrever sobre cultura, dada a minha afinidade com o tema (eu também sou um maldito escritor, ora bolas!). Mas desisti assim que comecei a trabalhar em redação e perceber que os caras dessa editoria são os chatos entre os chatos. Para ser um jornalista cultural, não basta entender e dominar o assunto, você precisa parecer tão ou mais sofisticado do que as pessoas que você entrevista – idiotas, em sua maioria.

Numa dessas, vejam só, quase fui estraçalhado em uma conversa por afirmar que gostava de Pink Floyd. Para os jornalistas culturais, rock progressivo, e Pink Floyd em especial, são sinônimo de atraso e cafonice. Boa mesmo é aquela banda do gueto de San Francisco citada nas publicações especializadas gringas e que você, leitor deste S&P, nunca ouviu nem nunca ouvirá falar. O tesão desse povo é dizer que ouviu antes de todo mundo um novo Nirvana. O problema é que praticamente nada de bom surgiu do underground depois do Nirvana.

Mas deixa pra lá. Esse assunto só me veio à cabeça quando soube – com bastante atraso, pois estava (e ainda estou) mega-enrolado com a cobertura da crise financeira – da morte do tecladista do Pink Floyd, Richard Wright. Numa tosca comparação com os Beatles, ele era uma espécie de George Harisson da banda, compondo uma canção aqui outra acolá, como a que dá título a este post, lançada no clássico The Dark Side of the Moon.

Classificação S&P:

Pink Floyd: "A-" (a banda devia ter parado logo depois do The Wall)
Richard Wright: "B+" (não, ele está longe de ser um Harisson)
Rock progressivo: "C" (fora o Pink Floyd, o resto é chato mesmo)

segunda-feira, setembro 15, 2008

Efeito borboleta

Parece que o mundo vai mesmo acabar, pelo menos no mercado financeiro. E eu quero assistir a tudo de camarote. Acompanhar a quebra daqueles bancos que sempre colocaram a economia brasileira como mau exemplo, enquanto eles próprios se empanturravam de créditos podres, me traz uma estranha sensação de prazer. Estranha porque sei que, em maior ou menor grau, são esses mesmos bancos que garantem, ainda que de modo indireto, o meu emprego. Mas o que eu temo? Afinal, se eu não tiver o jornalismo eu posso viver muito bem de literatura...

Ha ha ha. Essa foi boa.

quinta-feira, setembro 11, 2008

666

Atire a primeira pedra quem, em meio a um engarrafamento sem fim e atrasado para o trabalho, nunca teve pensamentos demoníacos. Devo dizer que, no meu caso, ultrapassei todos os limites quando, no calor do momento e do dia, sussurrei, em voz baixa:

- Foda-se, vou votar no Maluf!

terça-feira, setembro 09, 2008

Ser ou não ser

Por esses dias, um amigo de média data me revelou uma inquietação que o persegue há algum tempo e de modo implacável: descobriu que uma garota com quem tivera um rápido relacionamento no passado se tornara lésbica.

- As mulheres não viram lésbicas, pelo menos até onde eu sei - argumentei. - Elas se descobrem lésbicas.

- Disso eu sei. Eu pesquisei tudo sobre lesbianismo, pode acreditar. O que eu não sei é se ela já sabia que era lésbica quando nós ficamos juntos ou se ela se descobriu lésbica nessa época.

- E que diferença isso faz? - perguntei.

- Toda, oras! Ela pode ter ficado com uma má impressão dos homens por minha causa e se tornado lésbica.

- Isso é bobagem. Várias amigas minhas já tiveram decepções na cama e nem por isso viraram lésbicas.

- Eu tento pensar dessa maneira, mas isso vem me incomodando profundamente.

- A ponto de fazer você...

- Você pega rápido, hein? Quando estou com a minha namorada só penso em agradá-la o máximo possível. Se ela trocar de time, não quero que seja por minha causa. Mas o efeito tem sido exatamente o contrário.

- Escuta, eu sou um reles jornalista de economia. Você precisa mesmo é de um psicólogo e...

- Por que você não fala com ela?

- O QUÊ? Com quem? Com sua namorada ou com a garota?

- Não sei por onde a garota anda. Mas acho que você pode me ajudar com a minha namorada.

- E o que eu vou dizer, você enlouqueceu?

- Pergunte o que ela acha de mim, das mulheres, sei lá!

- Eu mal a conheço, como eu vou fazer perguntas desse tipo? Ela vai achar que estou a fim dela.

- Eu disse que ia abrir o jogo pra você, mas ela não sabe da história da garota lésbica.

- Por que você não conta, diabos?

- Não posso. Não até ter certeza de que ela não é lésbica, entende?

É claro que eu não entendi. Mas acabei me comprometendo a tentar arrancar alguma informação dela.

P.S.: O final dessa história já aconteceu. É claro que as tintas estão supercarregadas. Se tiver tempo e vontade de terminar eu conto, ok?

quinta-feira, setembro 04, 2008

Rapidinhas

A falta de tempo me impede comentários mais detalhados, mas seguem algumas impressões minhas sobre "fatos e fotos" recentes:

  • Carol Castro: Pela primeira vez em muito tempo deixei de ler as reportagens para me concentrar no que realmente interessa na Playboy: Nota "A+"
  • Batman - O Cavaleiro das Trevas: O Coringa realmente é o melhor do filme. Finalmente aparece um vilão de verdade, sem motivações idiotas do tipo "vou dominar o mundo" ou "meu cachorrinho morreu e vou me vingar da humanidade". O cara simplesmente quer tocar fogo no picadeiro: Nota "A"
  • Horário eleitoral: Como sempre, ignorei as propagandas dos prefeitos e fui direto aos vereadores. Faltou um pouco daquele humor característico, mas ainda assim é possível se divertir com tipos como o Filho do Eneas, Sergio Malandro, Peroba Neles e afins: Nota "B-"
  • S&P: desculpem, nem responder a comentários eu consigo mais. Como diria o filósofo Boris Casoy, "isso é uma vergonha": Nota "D"