segunda-feira, julho 27, 2009

Loki

Acabo de descobrir que sofro de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Ao contrário do rei Roberto Carlos, ainda consigo cantar (e escrever) "Que Tudo Mais Vá Pro Inferno", embora a minha paranoia também seja musical: eu simplesmente não consigo desligar o rádio enquanto toca uma música, a menos que seja muito ruim. Foi o que aconteceu nesta manhã, quando permaneci no carro estacionado por pelo menos cinco minutos até o fim da canção que tocava na rádio, mesmo estando atrasado para o trabalho (pra variar). E ainda precisei de agilidade para desligar o aparelho antes do início da próxima música.

Até o momento, o distúrbio não me causou nenhuma consequência mais grave além da impontualidade nos compromissos e uma ameaça de divórcio. Por via das dúvidas, a partir de agora evitarei deixar o rádio ligado momentos antes de sair de casa...

quinta-feira, julho 23, 2009

Sarna

O Companheiro Lula recebeu uma saraivada de críticas porque disse ontem, na posse do novo procurador-geral da república, que o Ministério Público deve levar em consideração a biografia dos investigados, em uma referência clara ao gênio da literatura e senador nas horas vagas José Sarney. Será que ninguém percebeu a ironia? Se realmente alguém levasse em consideração a biografia do Sarney na hora de investigá-lo, o autor de Marimbondos de Fogo já estaria preso há muito tempo...

terça-feira, julho 21, 2009

Marketing literário

Da série "livros que eu jamais gostaria de ter escrito, mas invejo o título", o best seller Quem Me Roubou de Mim?, do padre Fabio de Melo, é o meu favorito. Se um bom título ajuda ou não a vender eu não sei, mas o fato é que o livro se encontra há 34 semanas na lista de mais vendidos na categoria autoajuda. Os títulos dos livros de autoajuda, aliás, costumam ser excelentes, embora o melhor de todos neste momento seja a biografia do grande goleiro tricolor Rogério Ceni: Maioridade Penal. Brilhante.

segunda-feira, julho 20, 2009

Eclipse

É incrível ver quanta gente realmente acredita que o homem não pôs os pés na lua, 40 anos depois do "pequeno passo" de Neil Armstrong. Eu mesmo tive lá minhas dúvidas anos atrás, nos tempos de faculdade, época em que nada o que os norte-americanos faziam prestava (embora de vez em quando eu não resistisse a um Big Mac). Foi quando um amigo derrubou todos os meus argumentos usando do meu próprio veneno comunista: "se o homem realmente não pisou na lua, por que os russos, na época os maiores interessados no fracasso dos EUA, não denunciaram a fraude?"

Recomendo a todos o especial que o portal do Estadão preparou para lembrar a agora quarentona missão Apolo 11.

terça-feira, julho 14, 2009

A Fazenda

Depois da onda do Palavra Cantada, quem domina as paradas de sucesso aqui em casa agora é o Cocoricó. O André não se cansa de assistir aos DVDs da série da TV Cultura, em especial o de clipes. Se o posto de Renato Russo da criançada já pertence ao Paulo Tatit, do Palavra, as canções cheias de trocadilhos de Hélio Ziskind – o compositor por trás das vozes de Júlio, Alípio e Cia – estão mais para algo como Engenheiros do Havaí mirim (da boa fase). Assista ao clipe umas três vezes e tente não ficar com a música martelando na cabeça, se for capaz...

Classificação S&P:
Palavra Cantada: “A”

sábado, julho 11, 2009

Safra XXI

Duas leituras sobre as quais gostaria de ter comentado há muito tempo, e que se encaixam com perfeição neste post:

Imóbile - Classificação "A-"
Elogiar o romance de estreia de Javier Arancibia Contreras ficou fácil agora que se tornou finalista do Prêmio São Paulo de literatura. Mesmo que não seja o ganhador dos R$ 200 mil da premiação, não é necessário ler mais que algumas páginas para perceber que o autor, ao contrário da grande maioria dos novos escritores, tem uma história a contar, o que já o coloca milhas à frente dos demais. Amigo de Contreras, tive a oportunidade de ler uma das versões preliminares do romance. E constatei, com agradável surpresa, que o resultado publicado pela Editora 7 Letras – depois das intermináveis revisões que marcam esse torturante ofício de escritor – ficou ainda melhor.

Sobre o livro, basta dizer que se trata da história de um homem amargurado. Pelo passado que desconhecia e lhe é descortinado à força, pela morte da tia que o criou, pelo calor da cidade litorânea onde vive e é descrita no romance com maestria, pela rotina sem perspectivas e, por fim, pela impossibilidade (ou imobilidade, se preferir) de se confiar no destino e nas escolhas que se faz. Um existencialismo que se encaixa com perfeição aos tempos de crise que atravessamos...

 

Cordilheira - Classificação "D+"
Eu não conheço Daniel Galera e, portanto, só tive a oportunidade de ler a versão final do novo livro do jovem autor, considerado uma das promessas da nova geração, enviada à imprensa pela Companhia das Letras. Se tivesse lido antes da publicação, teria sugerido a ele que reescrevesse ou simplesmente jogasse no lixo essa história de uma escritora cujo livro de estreia é um grande sucesso, mas ela o renega, pois o que deseja mesmo é ser mãe. Enquanto não arruma alguém que faça o trabalho de fecundá-la, vai à Argentina participar de uma feira literária, onde conhece um bando de escritores que concebem uma espécie de seita na qual vivem as histórias contadas nos próprios livros.

Um resumo desse tipo pode parecer ridículo, mas a íntegra do romance consegue ser pior. Galera só acerta onde eu achei que ele erraria, na narração feminina, que, se não é brilhante, consegue ao menos ser crível. Uma pena, pois o autor do bom Mãos de Cavalo tem potencial para muito mais.

sábado, julho 04, 2009

Esclarecimento

Diante das várias insinuações, quero deixar claro: não tenho nenhum vínculo com o senador José Sarney nem fui agraciado por nenhum dos atos secretos atribuídos ao ilustríssimo imortal da Academia Brasileira de Letras. Se não escrevi nada a respeito da crise no Senado e dos podres envolvendo o presidente da casa foi porque nenhuma das notícias recentes me surpreendeu. E, honestamente, não devia surpreender a ninguém...

Classificação S&P:
José Sarney:
cai de "D+" para "D"