terça-feira, julho 31, 2007

Bergman e eu

A morte do grande Ingmar Bergman me fez parar para pensar que talvez nunca tenha assistido aos filmes dele como deveria. Bergman me surgiu primeiro como um nome, sinônimo de cinema difícil e, por isso, genial. E foi assim que tive contato com suas películas, ainda nos remotos tempos de faculdade.

Acostumado à estética televisiva, foi difícil digerir os Morangos Silvestres. Mas, para todos os efeitos, disse a todos que considerei o filme uma obra-prima. Se não tivesse visto na seqüência O Sétimo Selo, cujo teor filosófico me fez mais sentido naquele tempo, hoje Bergman certamente passaria por mim como mais um desses diretores chatos vindos da Europa.

Classificação S&P:
Ingmar Bergman: "A" (pode ser elevado para "A+" assim que eu rever os filmes do cineasta)

sexta-feira, julho 27, 2007

Em baixa

Está certo que a crise aérea, agravada com o acidente com o Airbus da TAM ajudou, e muito. Mas creio que o verdadeiro ponto de ruptura na lua de mel da população com o Companheiro Lula tenha sido as vaias na abertura do Pan. Nem vou entrar no mérito se eram merecidas ou não, até já escrevi um post sobre o assunto. O fato é que o episódio parece ter despertado a massa de um longo período de passividade em relação ao governo federal.

Claro que o presidente tem tudo para reverter a situação, basta que sua equipe deixe de cometer trapalhadas e de fazer gestos obscenos diante das câmeras. Enquanto isso, decidimos colocar a classificação de risco do Companheiro em observação, para um possível rebaixamento.

Classificação S&P:
Companheiro Lula: "B-"

quarta-feira, julho 25, 2007

Fim dos tempos?

O aquecimento global chegou à Avenida Paulista. Minha esposa acaba de ligar queixando-se de ter levado uma picada de abelha em plena selva de pedra financeira. Socorro, Al Gore!

terça-feira, julho 24, 2007

Idéia (batida) para um romance

A obra-prima Crime e Castigo, do Dostoievski, não me sai da cabeça nos últimos tempos. Calma, não pretendo matar nenhuma velhinha agiota, por enquanto. Venho pensando apenas em como se sentem os criminosos que não recebem punição alguma pelo que fizeram – situação bem freqüente aqui na Terrinha. Não me refiro aos profissionais, e sim àqueles cidadãos ditos de bem que cometeram algum ato ilícito, seja por uma alegada “necessidade” de fazê-lo ou por acidente. Será que o clamor pela auto-punição não se esconde em algum lugar da mente deles? E de que forma esse sentimento se manifesta?

Essa abstração renderia um bom argumento para um romance, se já não tivesse sido tratada tão bem pelo próprio escritor russo, além de inúmeros outros seguidores...

Classificação S&P:
Crime e Castigo: "A+" (quase tão bom quanto O Roteirista...)
Fiodor Dostoievski: "A+"

sábado, julho 21, 2007

Trato é trato

Não deixou de ser uma honra cobrir a morte do senador Antonio Carlos Magalhães - vulgo ACM, ou Toninho Malvadeza para os íntimos. A entidade baiana, tida como imortal e com corpo fechado, desencarnou ontem, pouco antes do meio dia. Especula-se nas internas que finalmente chegou a hora dele cumprir o contrato de venda da alma que assinou com o DEMO, e não me refiro ao partido Democratas, o ex-PFL.

Boatos à parte, cheguei à porta do Incor menos de 15 minutos antes de o falecimento do senador ser anunciado. Em seguida, vários políticos apareceram no hospital para dizer o quanto ele era boa gente, um político extraordinário e tal. Nós do S&P também decidimos lhe prestar uma singela homenagem com uma coletânea de posts carinhosamente preparados nesse um ano e pouco de blog.

Classificação de risco S&P:
Antonio Carlos Magalhães: "C"

quinta-feira, julho 19, 2007

No words

Tudo bem se eu me abster de qualquer comentário sobre a tragédia com o avião da TAM?

terça-feira, julho 17, 2007

Claque

O episódio das vaias ao Companheiro Lula na abertura do Pan, algo que passaria despercebido em qualquer outro momento do País, ganhou uma importância absurda, além de acalorados debates entre políticos do governo e da oposição.

Os que torcem contra o presidente logo puseram as manguinhas de fora e anunciaram o início do processo de desgaste do inquilino do Palácio da Alvorada. Do lado dos puxa-sacos, quer dizer, dos defensores do governo, as vaias não passaram de uma armação tramada pelos oposicionistas, liderada pelo prefeito do Rio, o DEMO(crata) César Maia.

A opinião deste S&P não poderia ser mais tucana: ambos estão equivocados. Os primeiros, por tentarem fazer uma tempestade num copo d’água vazio. Autoridades são vaiadas em todo lugar do mundo. Elas não podem ser consideradas um termômetro confiável de popularidade. A verdade é que Lula relaxa e goza de prestígio, ainda distante de qualquer abalo.

Os petistas nervosinhos também correm atrás de fantasmas que não existem. Tudo bem, os apupos podem até ter sido puxados por um coro de meia dúzia de pau-mandados. Só não me venham com aquele papinho de preconceito das “zelites" contra o operário que chegou à Presidência e blá blá blá...

segunda-feira, julho 16, 2007

Medalha

Alguém aí como eu já está de saco cheio desse Pan? Ou melhor, da cobertura do Pan? Mais especificamente, da cobertura da Globo no Pan?

sexta-feira, julho 13, 2007

S&P Carreiras

Mais morto do que vivo, Renan Calheiros conseguiu se manter à frente da presidência do Senado. Mas tudo indica que será uma questão de tempo até o nobre parlamentar engrossar a fila dos desempregados. Preocupado com essa questão de ordem social, este S&P decidiu dar uma “head hunter” em busca de uma nova colocação profissional para o senador:

Garoto propaganda – A campanha do governo pelo controle de natalidade poderia usar o caso Mônica Veloso como um alerta para aqueles que insistem em povoar o mundo sem pensar nas conseqüências;

Ministro da Agricultura – Aproveitando a sugestão dada pelo senador Pedro Simon, o senador com certeza seria melhor aproveitado se compartilhasse com todos os produtores nacionais como fez fortuna vendendo gado;

Bombeiro – Em seus muitos anos de Parlamento, Calheiros se notabilizou por ajudar os governantes de plantão, sejam eles quem fossem, a enterrar CPIs e apagar os mais variados incêndios políticos;

Patrocinador do Corinthians – Agora que pediram a prisão do Kia e do chefão da MSI, o time paulista precisará de novo um interessado em lavar dinheiro, quer dizer, investir, no futebol do clube;

Santo brasileiro – Depois de se comparar a São Sebastião, o senador pode aproveitar o recesso parlamentar para protocolar no Vaticano um pedido de canonização.

quarta-feira, julho 11, 2007

Caquinha

Gripado e rouco desde sábado, fui à locadora e decidi pegar o último filme do Cacá Diegues. Preparado para o pior, foi difícil engolir o fato de que o diretor fez um ótimo trabalho em O Maior Amor do Mundo. Afinal, ele é o responsável por bizarrices como Tieta e Orfeu.

O filme se vale principalmente da boa atuação do José Wilker, que encarnou com perfeição o papel do astrofísico exilado nos EUA e que volta à Terrinha para receber uma homenagem. Mesmo se você, assim como eu, estiver farto dessas histórias sobre ditadura e violência em favelas, vale a pena conferir como o diretor conseguiu tratar dos assuntos de um jeito diferente, sutil até.

O tom introspectivo é por vezes quebrado e nessas horas o filme quase derrapa. Por outro lado, a trilha sonora, comandada pela música de Chico Buarque, mantém o bom padrão dos filmes do Cacá. O saldo final é positivo, milhas à frente da atual produção do cinema nacional, apesar de estar longe de ser uma obra prima, como muitos críticos forçam a barra para parecer. O Maior Amor do Mundo ganhou o prêmio no festival de Toronto, do qual ninguém nunca tinha ouvido falar até então, mas passou a ser tratado como se fosse uma Palma de Ouro.

Classificação S&P:
O Maior Amor do Mundo: merece um "A-"
Cacá Diegues: sobe de "D+" para "C+"

terça-feira, julho 10, 2007

Em pauta

Hoje vou cobrir a palestra do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, na Bovespa. Alguém tem algum recado?

quinta-feira, julho 05, 2007

Perfis S&P: PFL (ou Democratas)

Dando seqüência à impagável (sem remuneração) série Perfis S&P, apresentamos hoje um histórico do PFL, que recentemente mudou a denominação para Democratas:

PFL (ou Democratas)
(1500 - )

Também conhecido como: Reaças, Demos, Coronéis, pefelistas
Se fosse um bicho seria: Carrapato
Classificação S&P: "C-"

História
Fundado em 22 de abril de 1500, em Porto Seguro, por Antonio Carlos Magalhães, o PFL, hoje Democratas (ha ha ha), nasceu com a missão de implantar a doutrina reacionária na recém-descoberta Ilha de Vera Cruz.

O ciclo de poder do partido, caracterizado pela bajulação dos poderosos de plantão, durou 502 anos. Foi um período de grandes conquistas para o País, do extermínio dos índios à pujança da escravidão, passando pelas ditaduras imperiais, militares e tucanas.

Depois de tomar uma surra homérica nas últimas eleições, e já com inanição pela falta de tetas para mamar, o partido decidiu mudar de nome para tentar se aproveitar mais uma vez da memória curta do brasileiro.

A liderança foi rejuvenescida e conta agora com intelectuais do porte de César Maia, indicado ao IgNobel de Literatura pelo Ex-Blog do César Maia, e ACM Neto, que se não fosse neto de quem é poderia ter saído de uma história de Jorge Amado.

Até onde se sabe, os Demos não possuem ideologia própria. Depois de defenderem a coroa portuguesa, o imperador e instaurarem o coronelismo, os integrantes parecem ter se conformado em se aliar ao PSDB, do ex-rei eleito e hoje zumbi FHC. Juntos, os dois partidos se orgulham de formar a oposição mais risível da história da política brasileira.

quarta-feira, julho 04, 2007

Colgate

Um sinal de que as coisas mudaram aqui na redação: não vejo ninguém com intimidade suficiente para me emprestar uma pasta de dente.

terça-feira, julho 03, 2007

Filosofia numa hora dessas?

Uma questão para a posteridade: haverá espaço para piadas politicamente incorretas na nossa sociedade ou elas serão banidas para sempre do nosso convívio?

Reconheço o direito de as pessoas se sentirem ofendidas com uma gracinha fora de hora a respeito de deficiências físicas, questões raciais ou sexuais. Entendo também a preocupação dessas mesmas pessoas em não deixar a coisa descambar para o preconceito.

O problema é deixar a patrulha virar um movimento generalizado. Pois como já diria o palhaço Bozo: pra viver é melhor sempre rir!

segunda-feira, julho 02, 2007

Market Leader

Meu professor de inglês andou visitando as páginas deste S&P, mas não achou muita graça do que viu:

- Praticamente tudo que estava escrito no blog você comentou, de uma forma ou de outra, durante as aulas - ele argumentou. Em inglês, claro.

- Não é bem assim. Essa nossa conversa, por exemplo, não está lá - respondi, em um inglês bem mais tosco.

Agora que nossas aulas terminaram, decidi tornar as palavras dele uma profecia autorealizável. Thank you, Dan.