quarta-feira, dezembro 30, 2009

Livrarias selvagens

Acreditem se quiser, mas o diálogo aconteceu em uma das maiores livrarias de Santos (não foi a Realejo, claro):

- Olá, eu não encontrei o novo livro do Bolaño, vocês têm?

- QUÊ??? QUEM???

- Chama-se Estrela Distante, acho que foi lançado no mês passado.

- Então, está na prateleira dos lançamentos.

- Eu já vi lá, não está.

- De quem é mesmo o livro?

- Roberto Bolaño. Não conhece? É um dos autores mais badalados do momento e…

- Ah, claro que conheço, é aquele cara do Sul, né?

- Só se for do Sul do Chile.

- Bem, hum, deixe-me ver… [dirige-se ao computador da loja] Como é mesmo o nome dele? B-O-L-A-????

- Deve estar cadastrado com ene: N-O

- Oh, sim, nós temos… deve estar na prateleira de literatura internacional.

- Já fui lá e não vi nada do Bolaño.

- Deixe-me ver… [teimoso, o cara vai até a prateleira e não acha nada]

- Afinal, vocês têm ou não?

- Temos sim, deve estar na seção nacional, deixe-me ver…

[Dez minutos e várias prateleiras depois…]

- Aqui, estava no estoque para devolução. Não vendeu nenhum.

- Desse jeito não vai vender mesmo – respondi, sem paciência, antes de me dirigir ao caixa para a troca do meu presente de Natal.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Fundo de quintal

the-backyardigans Não, não se trata de mais um post sobre pagode. O quintal, no caso, é dos Backyardigans, o desenho favorito do André, pelo menos das duas últimas semanas. Para quem não conhece (eu não conhecia até pouco tempo atrás), os Backyardigans são um grupo de cinco amigos que dividem o quintal nos fundos de casa e criam histórias para se divertir.

O desenho, feito no computador, é tosco e artificial, e as músicas possuem dublagens horríveis. Mas com o tempo você acaba se acostumando – ou sendo obrigado a se acostumar, como no meu caso. Mas vamos aos personagens:

Pablo: Pinguim azul metido a líder do grupo. É o favorito do André e da maioria dos meninos porque é o que mais aparece no desenho, mas na verdade trata-se de um mala, inseguro e que ainda por cima canta muito mal (ao menos na dublagem em português). Classificação: “C”

Uniqua: Uma espécie de formiga e a personagem preferida das meninas. Também quer pagar uma líder e está na cara que deseja dar uma rasteira no Pablo a qualquer momento. Por isso mesmo, se sai melhor quando “interpreta” personagens malvados. Classificação: “B”

Tyrone: Um alce boboca que aceita passivamente o papel de coadjuvante, contentando-se com um ou outro momento de brilho. Aparece em quase todos os episódios, mas não faz falta em quase nenhum deles. Classificação: “C-”

Austin: Um canguru? Sei lá que bicho é, mas é um dos que aparece menos no desenho e está sempre meio de lado. Está na cara que os amigos alimentam algum tipo de preconceito (sexual?) contra ele. Classificação: “B-”

Tasha: Melhor de todas, a hipopótama gordinha seria a líder natural do grupo, mas ela não tem nenhuma paciência com a imaturidade dos amigos. Certamente por isso é a personagem com quem mais me identifico. Classificação: “A-”

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Plim plim

Chegou o momento merchandising do ano. Desculpem, mas esse cara me paga uma fortuna para anunciar aqui…

“No divertido romance de estréia do jornalista Vinícius Pinheiro, O roteirista – uma fábula vulgar, o leitor é apresentado a Alberto Franco, que, sem muito talento para qualquer posto dentro de uma produção cinematográfica, só vê uma alternativa para não largar a faculdade e se tornar para sempre um balconista de farmácia: transformar-se no melhor roteirista da história do cinema. O problema é que sua fama se espalha antes que ele tenha escrito sequer uma linha do Roteiro, como passa a ser chamado, de maneira quase messiânica. Paralelamente à encrenca em que se meteu, Franco vai levando uma vidinha sem graça e perspectivas, até que conhece Camila, que, num turbilhão, muda sua vida de forma surpreendente.”

Comparem o preço aqui

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Só Pra Contrariar

Hoje eu vou falar de pagode. Tudo bem, pode voltar para o site de pornografia onde você estava antes de cair aqui por engano.

Pronto, vamos lá. Em primeiro lugar, deixemos bem claro que eu odeio pagode, não só pelo não gostar em si como pelo fato de o auge da onda ter se dado justamente durante a minha adolescência. Imaginem um garoto grunge revoltado e ilhado em meio a um mar de mela-cuecas! E pensar que o primeiro grande sucesso do pagode dos anos 90 foi uma versão de Será, da Legião Urbana…

Pois bem, mas apesar de odiar o ritmo, as músicas, as letras e o visual – sem falar naquelas coreografias horrendas – eu adorava os nomes dos grupos. Como? Isso mesmo. Os nomes dos grupos de pagode eram – e continuam sendo – muito melhores que os de bandas de rock, pelo menos as nacionais.

A cada novo grupo que estourava – para cair no esquecimento no dia seguinte – eu imaginava: como eles conseguiram pensar num nome tão bom? Praticamente todos os trocadilhos com a palavra samba foram usados: Gerasamba, Exaltasamba, Sambabaca (o melhor, do Casseta e Planeta)…

Havia também aqueles que lembravam a malandragem típica do samba: Molejo, Sem Compromisso, Só Pra Contrariar (o SPC, sigla perfeita)…

Mesmo os nomes mais ridículos, como Karametade – o pior entre os piores também no quesito musical e que ainda por cima era de Santos – me pareciam adequados para o som que se fazia na época.