quarta-feira, dezembro 30, 2009

Livrarias selvagens

Acreditem se quiser, mas o diálogo aconteceu em uma das maiores livrarias de Santos (não foi a Realejo, claro):

- Olá, eu não encontrei o novo livro do Bolaño, vocês têm?

- QUÊ??? QUEM???

- Chama-se Estrela Distante, acho que foi lançado no mês passado.

- Então, está na prateleira dos lançamentos.

- Eu já vi lá, não está.

- De quem é mesmo o livro?

- Roberto Bolaño. Não conhece? É um dos autores mais badalados do momento e…

- Ah, claro que conheço, é aquele cara do Sul, né?

- Só se for do Sul do Chile.

- Bem, hum, deixe-me ver… [dirige-se ao computador da loja] Como é mesmo o nome dele? B-O-L-A-????

- Deve estar cadastrado com ene: N-O

- Oh, sim, nós temos… deve estar na prateleira de literatura internacional.

- Já fui lá e não vi nada do Bolaño.

- Deixe-me ver… [teimoso, o cara vai até a prateleira e não acha nada]

- Afinal, vocês têm ou não?

- Temos sim, deve estar na seção nacional, deixe-me ver…

[Dez minutos e várias prateleiras depois…]

- Aqui, estava no estoque para devolução. Não vendeu nenhum.

- Desse jeito não vai vender mesmo – respondi, sem paciência, antes de me dirigir ao caixa para a troca do meu presente de Natal.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Fundo de quintal

the-backyardigans Não, não se trata de mais um post sobre pagode. O quintal, no caso, é dos Backyardigans, o desenho favorito do André, pelo menos das duas últimas semanas. Para quem não conhece (eu não conhecia até pouco tempo atrás), os Backyardigans são um grupo de cinco amigos que dividem o quintal nos fundos de casa e criam histórias para se divertir.

O desenho, feito no computador, é tosco e artificial, e as músicas possuem dublagens horríveis. Mas com o tempo você acaba se acostumando – ou sendo obrigado a se acostumar, como no meu caso. Mas vamos aos personagens:

Pablo: Pinguim azul metido a líder do grupo. É o favorito do André e da maioria dos meninos porque é o que mais aparece no desenho, mas na verdade trata-se de um mala, inseguro e que ainda por cima canta muito mal (ao menos na dublagem em português). Classificação: “C”

Uniqua: Uma espécie de formiga e a personagem preferida das meninas. Também quer pagar uma líder e está na cara que deseja dar uma rasteira no Pablo a qualquer momento. Por isso mesmo, se sai melhor quando “interpreta” personagens malvados. Classificação: “B”

Tyrone: Um alce boboca que aceita passivamente o papel de coadjuvante, contentando-se com um ou outro momento de brilho. Aparece em quase todos os episódios, mas não faz falta em quase nenhum deles. Classificação: “C-”

Austin: Um canguru? Sei lá que bicho é, mas é um dos que aparece menos no desenho e está sempre meio de lado. Está na cara que os amigos alimentam algum tipo de preconceito (sexual?) contra ele. Classificação: “B-”

Tasha: Melhor de todas, a hipopótama gordinha seria a líder natural do grupo, mas ela não tem nenhuma paciência com a imaturidade dos amigos. Certamente por isso é a personagem com quem mais me identifico. Classificação: “A-”

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Plim plim

Chegou o momento merchandising do ano. Desculpem, mas esse cara me paga uma fortuna para anunciar aqui…

“No divertido romance de estréia do jornalista Vinícius Pinheiro, O roteirista – uma fábula vulgar, o leitor é apresentado a Alberto Franco, que, sem muito talento para qualquer posto dentro de uma produção cinematográfica, só vê uma alternativa para não largar a faculdade e se tornar para sempre um balconista de farmácia: transformar-se no melhor roteirista da história do cinema. O problema é que sua fama se espalha antes que ele tenha escrito sequer uma linha do Roteiro, como passa a ser chamado, de maneira quase messiânica. Paralelamente à encrenca em que se meteu, Franco vai levando uma vidinha sem graça e perspectivas, até que conhece Camila, que, num turbilhão, muda sua vida de forma surpreendente.”

Comparem o preço aqui

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Só Pra Contrariar

Hoje eu vou falar de pagode. Tudo bem, pode voltar para o site de pornografia onde você estava antes de cair aqui por engano.

Pronto, vamos lá. Em primeiro lugar, deixemos bem claro que eu odeio pagode, não só pelo não gostar em si como pelo fato de o auge da onda ter se dado justamente durante a minha adolescência. Imaginem um garoto grunge revoltado e ilhado em meio a um mar de mela-cuecas! E pensar que o primeiro grande sucesso do pagode dos anos 90 foi uma versão de Será, da Legião Urbana…

Pois bem, mas apesar de odiar o ritmo, as músicas, as letras e o visual – sem falar naquelas coreografias horrendas – eu adorava os nomes dos grupos. Como? Isso mesmo. Os nomes dos grupos de pagode eram – e continuam sendo – muito melhores que os de bandas de rock, pelo menos as nacionais.

A cada novo grupo que estourava – para cair no esquecimento no dia seguinte – eu imaginava: como eles conseguiram pensar num nome tão bom? Praticamente todos os trocadilhos com a palavra samba foram usados: Gerasamba, Exaltasamba, Sambabaca (o melhor, do Casseta e Planeta)…

Havia também aqueles que lembravam a malandragem típica do samba: Molejo, Sem Compromisso, Só Pra Contrariar (o SPC, sigla perfeita)…

Mesmo os nomes mais ridículos, como Karametade – o pior entre os piores também no quesito musical e que ainda por cima era de Santos – me pareciam adequados para o som que se fazia na época.

sábado, novembro 28, 2009

Exagerado

Na época da faculdade, nos saudosos tempos em que fazia parte do grupinho de amigos da esquerda festiva, um dos alvos preferidos de nossa ira era a TV Globo, representante máxima do imperialismo e a serviço dos governos de plantão, ao lado de todos os vendidos da grande mídia. Em minha inocência, era quase proibido gostar de qualquer coisa produzida pelo canal dos Marinho.

Passada a fase do xiitismo político, posso ligar a televisão sem nenhuma culpa católica na sexta-feira à noite e assistir ao especial que a emissora preparou em homenagem ao Cazuza. Um programa belíssimo e muito bem feito, com direito a imagens e áudios inéditos e sem medo de tocar em feridas, ao contrário do filme babaca que faturou milhões há alguns anos, mas omitiu a relação do cantor com Ney Matogrosso.

Vamos lá, leitor do S&P, deixe o preconceito de lado, assista ao vídeo abaixo e depois saia para comer um big mac com cola cola! Lembre-se da máxima do velho Cazuza: o tempo não para (e agora sem acento…)

quinta-feira, novembro 26, 2009

1460 dias com ela

Ótima trilha sonora, diálogos espertinhos, narrativa não-linear, muitas citações à cultura pop e o principal: uma história romântica. 500 Dias com Ela tem todos os ingredientes para se tornar o filme cult da temporada. Mas todos eles ficam em segundo plano diante de Zooey Deschanel, a atriz que faz o papel da garota (Summer, de onde vem o título em no original 500 Days Of Summer) que despedaça o coração do protagonista. Porque simplesmente não há como prestar atenção na história quando Zooey entra em cena.

O encanto de Zooey, no entanto, dura apenas as duas horas do filme. Porque quando a sessão acaba, volto a atuar em minha própria comédia romântica, que já virou casamento e completa hoje a quarta primavera.

Classificação S&P:
500 Dias com Ela: “A-”
Zooey Deschanel: “A+”

quinta-feira, novembro 19, 2009

Carta aberta

Caro Paulistano,

Tu não me conheces, sou apenas mais um forasteiro que há alguns anos veio aventurar-se na dura poesia concreta de tuas esquinas. Nesta sexta-feira, como deves bem saber, é feriado nesta gloriosa cidade e provavelmente terás o dia de folga. E acredito que seja teu desejo aproveitar a ocasião para viajar a outras terras, mais precisamente tomar a estrada rumo à igualmente aprazível Baixada Santista. Mas gostaria de pedir-te para que, desta vez, fiques por aqui, pois também pretendo me valer do dia de folga para visitar meus pais e amigos queridos que vivem no litoral de nosso Estado. Se formos todos para o mesmo lugar, no mesmo dia, corremos o risco de quedarmos ambos por horas na estrada. Então, por que não aproveitas a oportunidade para usufruir das muitas opções de lazer que a cidade na qual vivemos nos proporciona? Posso te elencar pelo menos dez opções diferentes de programa, mas destaco apenas uma: a mostra de filmes do Woody Allen que acontece no CCBB, no acolhedor centro velho desta grande Metrópole.

Desde já, agradeço a atenção e desejo-te um ótimo descanso.

Cordialmente,

V.P.

sábado, novembro 14, 2009

Visionário

Para aqueles que me cobraram uma posição sobre o caso Geisy, tudo o que tenho a dizer esta neste post. Uma resposta atrasada, diriam, se não tivesse sido escrito há mais de dois anos.

quarta-feira, novembro 11, 2009

Plantão do apagão

- Já que os tucanos se acham responsáveis por todas as conquistas do governo Lula, será que agora vão reivindicar também os louros pelo blecaute de ontem?

- Aliás, está aí mais um argumento para quem diz que os petistas nada mais fizeram que copiar o governo FHC…

- E já tem gente botando a culpa do apagão nos pobres, que andaram se fartando de comprar geladeira e produtos da linha branca de eletrodomésticos graças ao desconto no IPI dado pelo governo.

- E espero que o governo já tenha um plano de contingência para daqui a nove meses, quando as maternidades deverão ficar congestionadas graças ao blecaute de ontem…

sexta-feira, novembro 06, 2009

Lua nova

É bem possível dividir as fases da nossa vida de acordo com os eventos sociais dos quais participamos ou somos convidados. Aos trinta e poucos, já tive a fase das formaturas, casamentos e agora acompanho os aniversários de criança. Quando surge um evento de uma fase passada, como o casamento em que vou amanhã, não sei por que me sinto estranho e nostálgico, louco para surjam novos convites para casamentos e, quem sabe, formaturas...

quarta-feira, novembro 04, 2009

Lula Iscariotes

Incrível como o Companheiro Lula é capaz de sintetizar de maneira simples e objetiva – embora sem profundidade, é verdade – o que pensadores e intelectuais do naipe do ex-presidente e gênio da raça FHC levam a vida toda para explicar em seus livros e teses acadêmicas. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente sintetizou o jogo sujo da política local em uma frase de impacto:

“Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão.”

O único problema, ao meu ver, é que o Companheiro – supostamente o Jesus nessa metáfora – adorou se coligar e distribuir mensalão aos Judas do Congresso. Tanto que já os colocou no palanque de Dilma em 2010…

sexta-feira, outubro 30, 2009

Interiores

Em um único dia nesta semana vivi duas experiências antagônicas: pela manhã estive no lançamento de uma nova empresa na Bolsa e à noite fui ao lançamento de um livro, em um teatro.

Enquanto estava na Bolsa, questionava-me se não havia feito a escolha errada ao me dedicar à cobertura do mercado financeiro. “Eu sou um escritor”, pensei, enquanto observava as pessoas que me cercavam naquele lugar – todas fugindo da imprensa como o diabo da cruz – e nada tinham em comum comigo.

Durante o lançamento do livro, contudo, a sensação de desconforto foi a mesma. Tudo o que desejava era pegar o meu autógrafo e sair dali o quanto antes para me livrar daquele bando de atores, diretores, produtores e afins que se apinhavam no local. Graças ao bom (nem tão bom assim) e velho prosecco servido nessas ocasiões consegui resistir firme na fila. Mais algumas doses e este post, em vez de dramático, seria cômico. Fica para a próxima…

terça-feira, outubro 27, 2009

Esquadrilha da fumaça

O que aconteceria em um encontro entre Thom Yorke e Bob Marley? Provavelmente algo parecido com isto:

 

E uma jam entre Pink Floyd e The Wailers?

sexta-feira, outubro 23, 2009

Gol contra

Gostem ou não, é preciso admitir que o Companheiro Lula adotou uma combinação simples, mas de muito sucesso, para governar nos primeiros anos de mandato: prudência máxima na condução da economia e investimentos pesados em programas sociais. Foi desta forma que ele se tornou “O Cara”, nas palavras do Companheiro Obama.

Infelizmente agora, aos 45 do segundo tempo e com o jogo quase ganho, o time resolveu jogar para a torcida. O problema é que – com a honrosa exceção do presidente do BC, Henrique Meirelles – o time de Lula é medíocre, capaz de ideias toscas como a de taxar o capital estrangeiro que entra na bolsa. Uma típica medida de caudilhos de segunda divisão, como os Kirchners e Chavez da vida…

Classificação S&P:
Lula: cai de “B+” para “B”

terça-feira, outubro 20, 2009

É o cantor

Eu ia hoje reduzir a classificação de risco do Companheiro Lula depois da barbeiragem que ele cometeu ao taxar os investimentos dos gringos no País. Mas algo mais urgente precisava ser dito antes. É impressão minha ou aquela voz de taquara rachada do Zezé de Camargo está indo para o vinagre?

quinta-feira, outubro 15, 2009

Paulistânea

haddocl Cuidado com a tecnologia, caros e raros leitores deste S&P. Quase passei por um bom apuro hoje, em plena Avenida Paulista, ao me ver diante de uma belíssima morena, em trajes executivos sumários, quase na esquina com a Hadock Lobo. Ela caminhava em minha direção e, sem tirar os olhos dos meus à distância, balbuciava sacanagens inaudíveis e sorria.

Já estava pronto para me defender do ataque e mostrar a aliança no dedo esquerdo (ha ha ha), quando percebi que ela, na verdade, falava ao telefone celular usando um fone de ouvido acoplado. Ainda tive tempo de esbarrar levemente no ombro dela, atordoado com o mal entendido, antes de atender a uma chamada do meu próprio aparelho móvel. Era a minha mulher.

sábado, outubro 10, 2009

Como uma onda

Já que o prêmio Nobel da paz foi cair nas mãos bronzeadas do Obama - para fazer uso da piada de mau gosto (mas boa) do Berlusconi - bem que a academia sueca poderia conceder a honraria na área de economia para o Companheiro Lula. Afinal, enquanto os gurus do mercado financeiro previam o apocalipse, o nosso presidente foi uma das únicas vozes a se levantar e dizer que a crise não passaria de uma marolinha.

Dá até para imaginar a cena:

And the Economics Nobel goes to… President Lula, for the “Small Waves Theory”…

domingo, outubro 04, 2009

It’s a Pity

Que a música brasileira já teve dias melhores não há dúvida, mas o que dizer do refrão dessa nova música da dublê de roqueira Pitty?

…Diga que me adora
Diga que eu sou foda

Puxa, que saudades dos tempos em que se rimava amor com dor

Classificação S&P:
Pitty:
cai de “C” para “C-”

terça-feira, setembro 29, 2009

Mais que mil palavras

Não sei se alguém sentiu falta, mas posso justificar a ausência deste S&P com uma única imagem, da vista do quarto onde nos hospedamos em (ou seria “no”?) Recife nos últimos três dias:

DSC06364

domingo, setembro 20, 2009

Domingo no parque

Juliana e eu conseguimos o que parecia impossível neste fim de semana: organizar toda a logística para, vejam só, irmos ao cinema! Mas acabamos desistindo do programa por não encontrarmos na programação nenhum filme que nos agradasse. Como assim? Vocês passam praticamente seis meses sem sair de casa e não encontram sequer um filminho em meio a tantas opções?

Pois é, esse é o problema de se passar tanto tempo sem ir ao cinema: você quer aproveitar essa oportunidade da melhor forma possível, não dá para se contentar com um filme meia boca. Provavelmente existem opções ótimas em cartaz, mas não não podemos nos dar ao luxo de arriscar, como fazíamos quando éramos um casal livre, leve e solto…

terça-feira, setembro 15, 2009

Nossa língua

Enquanto agonizava de tanto tossir nesta madrugada, sei lá por que cargas d'água comecei a conjugar mentalmente o verbo algoz:

Eu tusso
Tu tosses
Ele tosse
Nós tossimos
Vós tossis (!)
Eles tossem

O presente do indicativo até que foi fácil. Mas a coisa começou a ficar complicada na hora do subjuntivo:

Que eu tussa... Se eu tossisse... Quando eu tossir...

Não fosse a tosse - o substantivo, não o verbo - atrapalhar a conjugação de vez em quando, creio que o professor Pasquale ficaria orgulhoso de mim...

domingo, setembro 13, 2009

Barrichellicas

  • Da série "vocês vão ter que me engolir": minguaram os comentários dos internautas nos sites de notícias criticando o Rubinho Barrichello...
  • Por outro lado, nunca se viu tantos comentários elogiando o piloto. Onde estavam esses fãs durante todos esses anos?
  • Coincidência ou não, o Rubinho só começou a correr quando já não havia mais nenhum outro brasileiro na Fórmula 1. O que aumenta as suspeitas sobre aquela bendita mola em cima do Massa e, quiçá, sobre a armação do Nelsinho Piquet e da Renault...
  • Se Barrichello por acaso conseguir ser campeão do mundo, perde o posto de perdedor oficial, papel que coube ao Companheiro Lula durante anos...
  • O possível título de Barrichello deixa apenas um grande tabu a ser quebrado: uma conquista do Corinthians em uma competição internacional de verdade...

sexta-feira, setembro 11, 2009

Zorra total

Pode-se falar tudo do presidente venezuelano Hugo (tinha que ser o) Chavez. Menos que não seja espirituoso. Ao se encontrar com o rei espanhol Juan Carlos, o mesmo do famoso “por que no te callas?”, o caudilho (com o perdão da expressão clichê) não perdeu a chance de dizer que o rei deu uma de Fidel Castro ao deixar crescer a barba. Não, não se cale, Chavez, nem que seja para não perder a piada...

quarta-feira, setembro 09, 2009

Previsão do tempo

Em tempos de chuva, e de tempo escasso para atualizar o blog, fiquem com mais um vídeo do Cocoricó. E antes que alguém me pergunte, a resposta é sim, já conheço todas as músicas de cor...

sexta-feira, setembro 04, 2009

Curvas da estrada

Que me desculpem os caiçaras, mas neste feriadão pretendo engrossar a massa de paulistanos que, armada com seus carros e toneladas de bugigangas, invadirá as praias do litoral paulista.

segunda-feira, agosto 31, 2009

Concorrência

Quem disse que os blogs estão mortos? O diário virtual do Companheiro Lula começou bombando, e chegou a sair do ar por conta do excesso de acessos. Problema que este S&P, felizmente, não enfrenta...

sexta-feira, agosto 28, 2009

Efeito borboleta

Havia prometido a mim mesmo que jamais usaria gravata novamente. Após o colapso da Gazeta e o convite para voltar à AE, primeiro como repórter de telecom e TI e agora como editor, achei que poderia abrir mão de uma vez por todas do apertador de pescoço. Até aceitaria usar um paletó ou disfarçar com um blazer, desde que o colarinho estivesse livre, leve e solto. Mas eis que a repórter do setor financeiro sai de férias e quem é escalado para cobrir as pautas dela? Resultado: tive de adiar o ritual de queima das gravatas, pelo menos por mais um mês...

terça-feira, agosto 25, 2009

Mordaça

Demorou, mas finalmente aconteceu: a firma onde trabalho bloqueou o acesso a este S&P. Ao tentar entrar neste já tradicional site de variedades político-sexuais para postar uma atualização, fui redirecionado para uma página da intranet da empresa, a qual me alertava da censura a sites “não confiáveis ou de conteúdo impróprio”.

Mas eles não conseguirão me calar! Pelo menos não por enquanto, já que o site do blogger não entrou na lista de bloqueados…

quinta-feira, agosto 20, 2009

Notas do subterrâneo

– A absolvição do senador José Sarney no Conselho de Ética foi cantada em verso e prosa pelos jornais. Mas por que poucos se lembraram de mencionar a pizza tucana sabor Arthur Virgílio?

– Por que será que não consigo acreditar nesse gesto de indignação do senador petista Aloizio Mercadante depois que o partido ajudou a enterrar os processos contra o Sarney?

– Falando em Sarney, agora entendo porque a Academia Brasileira de Letras resolveu dar a ele o título de imortal...

– Alguém aí tem um exemplar de Marimbondos de Fogo para emprestar? Brincadeira...

– No atual estado das coisas, nem o São Paulo do craque Richarlyson conseguiria vencer o Sarney...

terça-feira, agosto 18, 2009

Técnicas de negociação

– Tire a roupa – ele disse, sentado na beira da cama de frente para a garota, os olhos na altura dos quadris dela. Não havia romantismo no gesto, tampouco desdém, talvez quisesse apenas demonstrar naturalidade e confiança.

– Você primeiro – ela respondeu, encarando-o de pé e com um ar de superioridade.

Ele não esperava a reação, e o fato de se ver nu diante da garota ainda vestida passou a atormentá-lo. Tentou beijá-la e arrancar-lhe as roupas, mas ela parecia inflexível: não avançaria enquanto não cumprisse as ordens dela.

Permaneceram no impasse por mais alguns minutos, até chegarem a uma espécie de acordo não-declarado: cada um se despia de modo intercalado, uma peça por vez. Até chegar o momento final, em que se encontraram somente com roupa íntima.

– E agora, o que vai ser? – ela perguntou, em tom de desafio.

Ele pensou em ceder, mas no ponto em que estavam parecia tarde demais para voltar atrás.

– Ou você tira primeiro ou ficamos aqui – arriscou.

– Resolveu endurecer, é?

Ele olhou para baixo, abriu um sorriso, e respondeu:

- É, já não era sem tempo...

segunda-feira, agosto 17, 2009

Gomes lá

Para quem não quer saber de Dilma ou Serra e tampouco Marina Silva, este S&P propõe a solução: lançar a candidatura de Ricardo Gomes para a Presidência da República em 2010!!! Se o ex-zagueiro da seleção arrumou o problemático time do São Paulo em menos de dois meses, imagine o que ele não pode fazer no lugar do Companheiro Lula?


Classificação S&P:
Ricardo Gomes: sobe de "C" para "B+"

sexta-feira, agosto 07, 2009

Belas e sujos

Quem disse que Brasília vive apenas dos dedos sujos de Renan Calheiros e Tasso Jereissati? Enquanto os políticos ficam se digladiando nas favelas do senado, tem gente disposta a trabalhar. É o caso da diretora do Departamento de Proteção Econômica (DPDE), Ana Paula Martinez, que determinou a quebra do contrato de exclusividade entre Visanet e Visa. Nem preciso dizer que já estou do lado dela nessa briga, a menos que a Visanet conte com um time de executivas tão competentes quanto Ana Paula...

Classificação S&P:
Ana Paula Martinez: "A"

quinta-feira, agosto 06, 2009

Minha gente

E o Collor, hein? Lembrou o caçador de marajás dos velhos tempos. Para as crianças menores de 20 que insistem em ler este S&P, Fernando Collor foi o primeiro presidente eleito pelo voto direto no Brasil após a ditadura militar. Isso lá pelos idos de 1989. Com um jeitão de galã e um discurso de combate à corrupção, cujo símbolo eram os funcionários fantasmas que recebiam altíssimos salários, Collor virou um fenômeno popular quase tão expressivo quanto (pasmem) a Mallu Magalhães.

A festa, porém, não durou muito tempo. O ex-presidente sofreu um processo de impeachment sob a acusação de ser beneficiário de um esquema de caixa 2 montado pelo tesoureiro de campanha, Delúbio... ops, quer dizer, Paulo César Farias. Depois de ficar oito anos sem poder concorrer a cargos públicos, Collor voltou à mamata como senador por Alagoas. Mas ninguém havia notado muito a presença dele até esta segunda-feira, quando fez uma defesa inflamada, bem ao estilo dele, de José Sarney, o mesmo a quem criticava com o mesmo fervor anos atrás.

Classificação S&P:
Fernando Collor: Por ter voltado aos holofotes, sobe para "C-"
José Sarney: Parece mesmo que vai sobreviver, mas fica com "D"
Mallu Magalhães: Quem? "C"

terça-feira, agosto 04, 2009

Passarinho

Acho engraçado esse comportamento em manada do mundo virtual. Mais de uma pessoa já veio me perguntar QUAL o meu twitter, antes mesmo de saber SE eu tenho um. Talvez seja pelo meu perfil mais ou menos interado com as novidades. Afinal, aderi sem pestanejar à moda do orkut e do blog.

Para dizer a verdade, estava pronto para esculhambar esse negócio de ficar escrevendo notinhas de 140 caracteres, a maioria delas ininteligível para não iniciados, até entender que objetivo do twitter é esse mesmo: transformar a internet em uma zona. Se isso é bom ou ruim eu ainda não sei, mas atrás desse trio elétrico eu não vou, pelo menos por enquanto. Afinal, já tenho pendências online suficientes para cuidar, a começar deste S&P...

domingo, agosto 02, 2009

Más companhias

Foto - 1 ano sem Plínio Marcos no Gighetto

A passagem do tempo parece ter feito bem para esse pessoal aí em cima. A foto por tirada por Edson Lima há nove anos, durante um evento no Gigetto que lembrava um ano da morte de Plínio Marcos. Em meio à desordem da mesa - e anos antes de conquistarem o mundo - estão os jovens Javier Contreras, roteirista e escritor (finalista do prêmio SP de literatura deste ano); o diretor, roteirista, ator e produtor de cinema Gustavo Brandão; o jornalista e dublê de escritor Vinícius Pinheiro; e os na época já consagrados poetas Miró e Fred Maia.

segunda-feira, julho 27, 2009

Loki

Acabo de descobrir que sofro de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Ao contrário do rei Roberto Carlos, ainda consigo cantar (e escrever) "Que Tudo Mais Vá Pro Inferno", embora a minha paranoia também seja musical: eu simplesmente não consigo desligar o rádio enquanto toca uma música, a menos que seja muito ruim. Foi o que aconteceu nesta manhã, quando permaneci no carro estacionado por pelo menos cinco minutos até o fim da canção que tocava na rádio, mesmo estando atrasado para o trabalho (pra variar). E ainda precisei de agilidade para desligar o aparelho antes do início da próxima música.

Até o momento, o distúrbio não me causou nenhuma consequência mais grave além da impontualidade nos compromissos e uma ameaça de divórcio. Por via das dúvidas, a partir de agora evitarei deixar o rádio ligado momentos antes de sair de casa...

quinta-feira, julho 23, 2009

Sarna

O Companheiro Lula recebeu uma saraivada de críticas porque disse ontem, na posse do novo procurador-geral da república, que o Ministério Público deve levar em consideração a biografia dos investigados, em uma referência clara ao gênio da literatura e senador nas horas vagas José Sarney. Será que ninguém percebeu a ironia? Se realmente alguém levasse em consideração a biografia do Sarney na hora de investigá-lo, o autor de Marimbondos de Fogo já estaria preso há muito tempo...

terça-feira, julho 21, 2009

Marketing literário

Da série "livros que eu jamais gostaria de ter escrito, mas invejo o título", o best seller Quem Me Roubou de Mim?, do padre Fabio de Melo, é o meu favorito. Se um bom título ajuda ou não a vender eu não sei, mas o fato é que o livro se encontra há 34 semanas na lista de mais vendidos na categoria autoajuda. Os títulos dos livros de autoajuda, aliás, costumam ser excelentes, embora o melhor de todos neste momento seja a biografia do grande goleiro tricolor Rogério Ceni: Maioridade Penal. Brilhante.

segunda-feira, julho 20, 2009

Eclipse

É incrível ver quanta gente realmente acredita que o homem não pôs os pés na lua, 40 anos depois do "pequeno passo" de Neil Armstrong. Eu mesmo tive lá minhas dúvidas anos atrás, nos tempos de faculdade, época em que nada o que os norte-americanos faziam prestava (embora de vez em quando eu não resistisse a um Big Mac). Foi quando um amigo derrubou todos os meus argumentos usando do meu próprio veneno comunista: "se o homem realmente não pisou na lua, por que os russos, na época os maiores interessados no fracasso dos EUA, não denunciaram a fraude?"

Recomendo a todos o especial que o portal do Estadão preparou para lembrar a agora quarentona missão Apolo 11.

terça-feira, julho 14, 2009

A Fazenda

Depois da onda do Palavra Cantada, quem domina as paradas de sucesso aqui em casa agora é o Cocoricó. O André não se cansa de assistir aos DVDs da série da TV Cultura, em especial o de clipes. Se o posto de Renato Russo da criançada já pertence ao Paulo Tatit, do Palavra, as canções cheias de trocadilhos de Hélio Ziskind – o compositor por trás das vozes de Júlio, Alípio e Cia – estão mais para algo como Engenheiros do Havaí mirim (da boa fase). Assista ao clipe umas três vezes e tente não ficar com a música martelando na cabeça, se for capaz...

Classificação S&P:
Palavra Cantada: “A”

sábado, julho 11, 2009

Safra XXI

Duas leituras sobre as quais gostaria de ter comentado há muito tempo, e que se encaixam com perfeição neste post:

Imóbile - Classificação "A-"
Elogiar o romance de estreia de Javier Arancibia Contreras ficou fácil agora que se tornou finalista do Prêmio São Paulo de literatura. Mesmo que não seja o ganhador dos R$ 200 mil da premiação, não é necessário ler mais que algumas páginas para perceber que o autor, ao contrário da grande maioria dos novos escritores, tem uma história a contar, o que já o coloca milhas à frente dos demais. Amigo de Contreras, tive a oportunidade de ler uma das versões preliminares do romance. E constatei, com agradável surpresa, que o resultado publicado pela Editora 7 Letras – depois das intermináveis revisões que marcam esse torturante ofício de escritor – ficou ainda melhor.

Sobre o livro, basta dizer que se trata da história de um homem amargurado. Pelo passado que desconhecia e lhe é descortinado à força, pela morte da tia que o criou, pelo calor da cidade litorânea onde vive e é descrita no romance com maestria, pela rotina sem perspectivas e, por fim, pela impossibilidade (ou imobilidade, se preferir) de se confiar no destino e nas escolhas que se faz. Um existencialismo que se encaixa com perfeição aos tempos de crise que atravessamos...

 

Cordilheira - Classificação "D+"
Eu não conheço Daniel Galera e, portanto, só tive a oportunidade de ler a versão final do novo livro do jovem autor, considerado uma das promessas da nova geração, enviada à imprensa pela Companhia das Letras. Se tivesse lido antes da publicação, teria sugerido a ele que reescrevesse ou simplesmente jogasse no lixo essa história de uma escritora cujo livro de estreia é um grande sucesso, mas ela o renega, pois o que deseja mesmo é ser mãe. Enquanto não arruma alguém que faça o trabalho de fecundá-la, vai à Argentina participar de uma feira literária, onde conhece um bando de escritores que concebem uma espécie de seita na qual vivem as histórias contadas nos próprios livros.

Um resumo desse tipo pode parecer ridículo, mas a íntegra do romance consegue ser pior. Galera só acerta onde eu achei que ele erraria, na narração feminina, que, se não é brilhante, consegue ao menos ser crível. Uma pena, pois o autor do bom Mãos de Cavalo tem potencial para muito mais.

sábado, julho 04, 2009

Esclarecimento

Diante das várias insinuações, quero deixar claro: não tenho nenhum vínculo com o senador José Sarney nem fui agraciado por nenhum dos atos secretos atribuídos ao ilustríssimo imortal da Academia Brasileira de Letras. Se não escrevi nada a respeito da crise no Senado e dos podres envolvendo o presidente da casa foi porque nenhuma das notícias recentes me surpreendeu. E, honestamente, não devia surpreender a ninguém...

Classificação S&P:
José Sarney:
cai de "D+" para "D"

domingo, junho 28, 2009

Rebelde sem causa

Passei este fim de semana "solteiro". Juliana e André estão desde quinta-feira em Belo Horizonte, e aproveitei para fazer tudo (ou quase tudo) que a solidão podia me proporcionar:

- Comi comida japonesa “fast food”;

- Comprei meu netbook (pela internet, depois de testar na loja do shopping);

- Sequei a garrafa de Ballantine’s que há tempos me convidava para um gole;

- Assisti a dois filmes em DVD um pouco "excêntricos" para o gosto de uma Juliana acostumada ao cinema iraniano: Natureza Quase Humana (Classificação "A-") e Barton Fink (na verdade, revi) (Classificação "A-");

- Passei o domingo inteiro sem pôr os pés fora de casa

Tudo muito bom, tudo muito bem. Agora, só quero que toda essa liberdade acabe o quanto antes, do contrário vou enlouquecer...

sábado, junho 27, 2009

Invencível

Não sei quanto a você, leitor deste S&P, mas para mim Michael Jackson era uma espécie de primo distante e meio maluquinho, daqueles que toda família tem. Tivemos uma convivência muito próxima durante a infância, quando o nome dele era praticamente sinônimo de música nas rádios. E quem nunca tentou imitar seus passos mágicos ou afinar a voz ao cantar os grandes sucessos que atire o primeiro disco Thriller...

Nos afastamos progressivamente com o passar do tempo. No início, chegava a achar graça das suas excentricidades: o casamento de fachada com a filha do Elvis, as catastróficas cirurgias plásticas, a entrevista "antológica" para a Glória Maria no Fantástico ("I love you Brazil!!!")...

 

Nos últimos tempos, as notícias que ouvia sobre ele vinham sempre truncadas, pela metade, e eram recebidas com uma curiosidade distante. Mas, mesmo no período de decadência que se seguiu aos escândalos, nenhuma festa que se prezasse deixava de tocar Don't Stop 'til You Get Enough, e ninguém deixava de dançar até se acabar.

Fácil dizer agora, mas eu torcia de verdade para que ele desse a volta por cima, ressurgisse com uma forma que lembrasse o Michael dos bons tempos e, principalmente, com um disco que honrasse a tradição da minha infância. Valeu, primo!

Classificação S&P:
Michael Jackson: "A"

terça-feira, junho 23, 2009

Brevíssimas

- O mundo dá voltas. E aqui estou eu, quase 15 anos depois, novamente às voltas com o mundo da informática, desta vez como repórter de telecom e TI.

- As pessoas que tinham blogs decidiram trocá-los por twitters ou é só impressão minha?

- Fui à coletiva do lançamento dos novos canais e pacotes de TV digital em alta definição da Net e concluí: os livros estão mesmo condenados.

- Alguém aí tem uma boa sugestão de marca de Netbook? Ou melhor: vale a pena comprar um Netbook?

- Com a vida pelo avesso e os horários desregulados pela nova função, não esperem atualizações constantes deste S&P. Mas isso não é novidade, certo?

quinta-feira, junho 11, 2009

Processo criativo

Eu sou um escritor problemático, admito. Se antes minhas ideias geniais (ao menos para mim) sucumbiam antes de chegar à décima página, o problema agora é o que fazer com os romances terminados.

Tenho dois livros prontos e parados aqui no computador - o segundo, na verdade, a primeira parte de uma tetralogia (chique, não?) que não sei se pretendo lançar em um único volume ou de forma seperada.

Apesar de concluídos, os romances não estão revisados, ou seja, ainda estão longe do formato que eu gostaria que tivessem. O problema é que, justamente nessa fase, uma nova grande ideia me leva a abandonar essas histórias e começar outras, as quais, temo eu, podem ter o mesmo fim, ou seja, não terem fim.

Conversando sobre isso, alguém me perguntou se essa frustração com as etapas seguintes do processo criativo tem a ver com o fraco desempenho das vendas de O Roteirista. Na hora eu neguei, mas agora começo a ver relação, ainda que involuntária, entre os acontecimentos.

Acho que o blog passa por esse mesmo dilema. Se por um lado este S&P resolve esse meu problema imediato de publicar o que tenho vontade, por outro acaba atrapalhando meus outros planos sobre o que escrever na internet. Mesmo sem saber o destino deste espaço, decidi fazer uma faxina: excluí da lista de favoritos os blogs desatualizados e acrescentei outros que achei por essas andanças por esse mundão da internet.

segunda-feira, junho 01, 2009

Passado a limpo

Como já dizia aquele velho clichê, de tédio eu não morro. Muita gente veio me perguntar sobre o fim da Gazeta Mercantil, a maioria nem sequer sabia que eu trabalhava lá. É importante deixar claro que os problemas do jornal eram antigos e nada têm a ver com a crise do jornalismo impresso tanto alardeada pelos próprios jornais.

Eu não cheguei a presenciar os últimos dias da redação. Despedi-me dos colegas na segunda-feira passada e amanhã já começo no novo emprego. Na verdade, o mesmo emprego de onde saí há nove meses e amavelmente aceitou de volta o filho pródigo.

Nem preciso dizer que a minha vida está de pernas para o ar. Não me cobrem, portanto, atualizações frequentes no blog daqui por diante. De todo modo, preciso mesmo dar um jeito definitivo neste espaço, sob o risco de acabar tendo o mesmo fim que a Gazeta...

domingo, maio 24, 2009

Páginas da história

Ser testemunha do apagar das luzes da Gazeta Mercantil tem sido uma das experiências mais desagradáveis da minha carreira profissional, e olha que ela não tem sido nenhum mar de rosas. Neste domingo de plantão, provavelmente o último que farei por aqui antes de encarar novos velhos desafios, tento me lembrar do máximo de detalhes possível para poder contar a alguém, algum dia. Se é que o enterro de um dinossauro da mídia interessa mesmo a alguém nesse mundo em que os jornais, como um todo, são apontados como seres em extinção...

sexta-feira, maio 15, 2009

O tempo passa, o tempo voa...

A oposição faz o papel dela ao tentar taxar o Companheiro Lula de confiscador da poupança alheia. A dura verdade, porém, é que alguém, algum dia, precisará mexer de vez no rendimento da caderneta. A questão é cristalina como a reputação dos nossos digníssimos deputados e senadores: nenhuma economia pode ter uma aplicação financeira que garanta um rendimento mínimo para todo sempre, amém, seja ele qual for.

A sacanagem dessa história é: por que os nobres companheiros petistas não pensaram em fazer as mudanças quando os juros estavam em alta e, portanto, a poupança não valia nada?

terça-feira, maio 12, 2009

Sinédoque, São Paulo

Não tive condições financeiras nem logísticas de ir ao show do Oasis. Como prêmio de consolação – e bota consolação nisso – acabei indo ao cinema assistir à estreia do roteirista Charlie Kaufman na direção de um filme.

Não gastarei minha lábia tentando resumir a história de Sinédoque, Nova York, até porque qualquer tentativa seria em vão, tal a peculiaridade da trama. Quem assistiu a Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças e/ou Quero ser John Malkovich, dois dos filmes escritos por Kaufman, sabe do que estou falando.

Os jogos metalinguísticos propostos pelo roteirista sempre me agradaram, até por conta da identificação com a obra deste vosso escriba, mas neste filme ele decidiu radicalizar, um pouco como eu tentei em Regressão, o meu segundo romance, ainda inédito. Tal como eu, porém, e sem a figura de um diretor para "atrapalhar", parece que desta vez ele exagerou, tanto no quebra-cabeças proposto ao espectador como na melancolia que contamina os personagens.

Para a crítica, foi justamente a figura de um diretor "de verdade" que faltou ao filme. Eu discordo. Acho que ninguém além do próprio roteirista conseguiria levar essa história para as telas. O resultado pode até não ter sido o ideal, mas do ponto de vista criativo foi certamente o melhor.

Classificação S&P:
Sinédoque, Nova York: "B+"
Charlie Kaufman: "A"
(continua sendo um dos roteiristas mais criativos e interessantes do momento)

quarta-feira, maio 06, 2009

Momento Warren Buffett

Tenho recebido alguns emails desaforados de amigos que reclamam comigo por que não avisei que "a crise financeira acabou". "Você, que entende tanto de economia, podia ter falado que era a hora de entrar na bolsa", dizem eles. O pretexto da mensagem é desejar-me melhoras depois da cirurgia que fiz para a retirada de pedras nos rins, mas a menção ao tema aparece apenas no pé da mensagem, quase como um "P.S.".

Em vez de responder diretamente aos emails, deixo aqui algumas considerações sobre o tema:

1) Nem o mais otimista dos gurus do mercado financeiro esperava uma recuperação tão rápida da bolsa;

2) Acreditem, a crise não acabou! Nada impede que amanhã (ou mesmo hoje) os ventos voltem a soprar contra o mercado e a bolsa volte a cair forte;

3) A bolsa é um investimento de alto risco. Só ganha muito quem se arrisca muito. E eu não jamais recomendarei investimento para ninguém, até porque...

4) Este vosso escriba não pode investir diretamente em ações. Por lidar diretamente com o mercado financeiro, sempre existe a possibilidade de que alguém desconfie do uso de alguma informação privilegiada, portanto, o melhor a fazer é não dar margem a especulações de mau gosto.

sexta-feira, maio 01, 2009

Encosto

Pedras nos rins, carro roubado, cheque clonado, speedy cobrado indevidamente (eu assino o Vírtua) pela maldita Telefônica. E ainda querem que eu arrume tempo para atualizar o blog?

sexta-feira, abril 24, 2009

Leitura derramada

Se houve algo de positivo durante o meu período de convalescença (veja as partes I e II da saga), foi o tempo de sobra para ler. Foram dois livros no período de uma semana, um excelente e outro muito ruim. Comecemos pela parte boa:

Confesso que não cheguei a me animar com os primeiros comentários a respeito de Leite Derramado, o novo romance do Chico Buarque. Houve uma comoção entre a crítica literária com o livro, principalmente por conta de uma suposta influência machadiana na trama.

Digo supostamente porque, no fundo, essas discussões acadêmicas ficam pequenas diante do prazer proporcionado pela leitura. Prazer e – confesso – raiva, porque é difícil não sentir um pouco de inveja do Chico. Não bastasse ser um gênio na música e ser bom no futebol, o cara ainda tinha que estraçalhar na literatura?

Talvez o fato de o outro livro que li (Cordilheira, de Daniel Galera, sobre o qual escreverei oportunamente) ser tão fraco tenha me ajudado a lembrar o quão difícil e penoso é o ofício de escrever e, por isso, gostar ainda mais do romance do Chico.

Relevando a premissa inicial de que dificilmente um moribundo teria forças para falar a torto e a direito como o centenário narrador (e eu, que estive recentemente no hospital, sei bem disso), Leite Derramado é magnificamente bem escrito. Sem trocadilho, deleitei-me enquanto me perdia nas memórias confusas e desconexas do velho Eulálio.

Mas, afinal, Matilde (Capitu), traiu ou não o nosso antiherói? Não importa. O melhor a fazer é deixar essa discussão para os críticos...

Classificação S&P:
Leite Derramado: "A"
Chico Buarque: "A-"
(a inveja mata...)

segunda-feira, abril 20, 2009

E.R. - Parte II

Cena 2: Interna, enfermaria do hospital
Minutos após ministrar a morfina, o paciente parece se sentir melhor. Após a realização dos exames, o médico retorna ao leito para informá-lo sobre os próximos procedimentos:

Médico: Então, sente-se melhor?

Vinícius (com voz de bêbado): Ziiiiiiim... muito melhor!

Médico: Você tem uma pedra de tamanho pequeno para médio, de meio centímetro de diâmetro, já perto de ser expelida. O problema é que não sabemos quando isso pode acontecer.

Vinícius (com voz de bêbado): Ziiiiiiim... eu posso ver a pedra!

Médico: Nós temos duas opções: a mais simples é esperar até a pedra sair. O problema é que, como você é alérgico a anti-inflamatórios e a maioria dos analgésicos, teremos que tratá-lo com soluções mais pesadas como morfina, o que te deixa fora de combate.

Vinícius (com voz de bêbado): Ziiiiiiim... morfina!

Médico: Eu recomendo que façamos uma cirurgia para retirá-la. É um procedimento simples, parecido com uma endoscopia. Não leva mais de meia hora e amanhã pela manhã você já dever alta.

Vinícius (com voz de bêbado): Ziiiiiiim... morfina!

Juliana (fora do plano): Sim, doutor. Ele vai fazer a cirurgia.

Médico: Então vou pedir para prepararem o procedimento de internação. Quem vai operá-lo é o urologista de plantão, o doutor Jorge Cunha.

Vinícius (com voz de bêbado): Ops, George Cloney não!

sexta-feira, abril 17, 2009

E.R.

Cena 1: Interna, enfermaria do hospital
A enfermeira relata ao médico a situação do paciente que geme de dor em um dos leitos:

Enfermeira: O paciente ingressou esta manhã com fortes dores abdominais e nas costas, suspeita de cólica renal.

Médico (virando-se para o paciente): É, parece sério. Já ministraram Buscopan Composto e Anti-inflamatório?

Enfermeira (mostrando uma lista): O paciente é alérgico a praticamente todos os analgésicos. A saída foi medicá-lo com Tramal, único que consta na lista que ele nos entregou.

Médico (olhando para o paciente, que continua a se contoncer de dor): Pelo visto não adiantou muito, acho que ele vai precisar de algo para derrubar. Mediram a pressão e a temperatura?

Enfermeira: Sim, ambas muito baixas. Também coletamos sangue e estamos esperando a dor diminuir para levá-lo para o ultrassom.

Médico: Mas desse jeito ele vai ficar o dia inteiro aí se contorcendo. (Em seguida caminha em direção ao leito do paciente)

Médico (ao paciente): Olá, Vinícius. Já teve cólica renal antes?

Vinícius (gemendo): Já... por favor, doutor, me dê qualquer coisa pra passar essa dor...

Médico: É, parece forte mesmo. Você é alérgico a morfina?

Vinícius: Não sei... nunca tomei...

Médico: Quer arriscar?

Vinícius: Qualquer coisa, doutor... qualquer coisa...

Médico: Dona Matilde, pode preparar uma dose de morfina intravenosa.

terça-feira, abril 07, 2009

O cara

Essa rasgação de seda do presidente dos EUA para cima do Companheiro Lula não passa de uma grande bobagem, mas tem pelo menos uma serventia: aumentar ainda mais a dor de cotovelo dos tucanos. Thank you, Obama!

Classificação S&P:
Lula:
sobe de "B" para "B+" (mas ficaremos de olho na popularidade dele aqui na Terrinha...)

segunda-feira, abril 06, 2009

Drive my car

Complete a frase, mas só depois de assistir ao vídeo: "mulher no volante..."

segunda-feira, março 30, 2009

Cinemania

Em Paris definitivamente é um filme para quem aprecia o cinema francês. Se você, leitor deste S&P, é mais chegado nas explosões de Hollywood, não hesite em deixá-lo acumulando poeira na prateleira da locadora e parta direto para os "superlançamentos" da semana.

Agora, mesmo que você seja um brutamontes insensível, não deixe de conferir a sequencia que separei (ou melhor, o YouTube) do filme de Christophe Honoré. Uma pena que não venha com legenda. Mas imagine a situação: o cara, depressivo após o fim do relacionamento e na antevéspera de Natal, resolve telefonar para para a ex:

Classificação S&P:
Em Paris: "A-"

quinta-feira, março 26, 2009

Milionário

É isso aí. Para combater os efeitos da crise, inspirei-me no anúncio do pacote habitacional do Companheiro Lula e prometo escrever nada menos que 1 milhão de posts neste blog! No entanto, assim como o presidente, não vou estabelecer nenhum prazo de entrega...

domingo, março 22, 2009

Plantão da farmácia central

Os plantões aqui no jornal costumam ser sossegados, mas desta vez não tive sorte. Além de ter uma matéria pendente para entregar, uma série de pequenas notícias chatas me ocuparam a maior parte do dia – e parte da noite. Espero ao menos negociar logo a minha tão sonhada folga, que a firma me deve desde a igualmente tumultuada terça-feira de Carnaval...

quinta-feira, março 19, 2009

Maldito e pop

Faz tempo que eu estava para postar – há pelo menos um mês, para ser mais preciso – o link para a matéria que escrevi sobre o Plínio Marcos para a Gazeta Mercantil. Se você não é leitor do primeiro e mais tradicional jornal de economia e negócios do País, clique no link abaixo e leia um trecho da loooonga reportagem:

segunda-feira, março 16, 2009

Tombo

Honramos uma dívida de um ano e meio com o André e finalmente o levamos à praia neste fim de semana. Da última (e única) vez em que esteve próximo ao mar, ele só pôde contemplar a vista através da barriga da mãe, por volta do quinto mês de gravidez. Agora, que conhece bem a sensação de enterrar os pés na areia e, principalmente, de se chocar com a água salgada e interminável, não deve mais nos dar sossego enquanto não voltarmos.

quarta-feira, março 11, 2009

Risos

"Finalmente descobri um defeito nela", disse ele, sobre a garota. "A risada, você viu que risada mais horrível ela tem?", perguntou-me.

"Pra dizer a verdade, acho que não reparei", eu disse.

É claro que havia reparado. E antes dele, talvez. Era uma gargalhada entrecortada, de alguém que parece perder o ar no meio do ato, no ápice do prazer. Era de fato incômoda e nem um pouco compatível com o sorriso que costumava ostentar quando nos cumprimentava, um riso misterioso e convidativo.

A garota era bela, não a mais chamativa, digamos assim, do lugar, mas a que conseguia despertar mais atenção pela inteligência, simpatia e, claro, pelo conjunto físico, a começar da tez clara e dos olhos claros e revoltos.

Meu amigo estava de olho nela há tempos, e me passava as impressões que obtinha ao longo do tempo: solteira, meiga, boa de conversa e um tanto insegura – o que poderia facilitar uma aproximação de alguém também inseguro, como ele. O excesso de qualidades, porém, mais parecia impedi-lo de seguir em frente e conquistá-la.

Sim, pois a paixão logo se tornaria uma idolatria que a deixava mais e mais distante dele, um rapaz também dotado de qualidades, mas tímido o suficiente para idealizar uma musa inalcançável. A mim, ao contrário, não faltava intimidade com o sexo oposto, e por mais de uma vez pensei em tomar-lhe à frente na conquista. Se não o fiz, foi porque o desejo pela garota não suplantava a amizade por ele – e até hoje nenhuma garota valeu uma traição dessa natureza. Mas não perdi a oportunidade de lhe provocar ciúmes e, quem sabe desta forma, estimular algum tipo de atitude.

Foi a partir do defeito, contudo, que ele pareceu reunir coragem para abordá-la de forma mais objetiva, digamos assim, embora as interrogações somente aumentassem.

"Acho que não conseguiria suportar ao meu lado uma mulher com uma gargalhada dessas", justificava. Se no início pareceu-me apenas mais uma desculpa para legitimar a falta de ousadia, quanto mais comentávamos sobre o inconveniente defeito, mais lhe dava razão. A ponto de eu mesmo mal conseguir me manter perto dela.

Os dois agora pouco se falam. Creio que o tempo da conquista passou para ambos. Ele me parece bem e nunca menciona o nome dela quando conversamos. Mas, não sei, algo me diz que meu amigo ainda gostaria de deixá-la rir por último.

segunda-feira, março 09, 2009

"Felômeno"

Incrível como, mesmo gordo, velho e esfolado por contusões, Ronaldo consegue ser melhor do que 99% dos atacantes em atividade no Brasil – salvam-se apenas Borges e Washington, do meu tricolor. Um gênio.

Classificação S&P:
Ronaldo: "A"

segunda-feira, março 02, 2009

Sexo e eu

Fiquei com a péssima sensação de ter perdido duas horas e meia do meu fim de semana após assistir no DVD à versão cinematográfica da série Sex and the City. O punhado de clichês e futilidade pode até dar certo no formato de 30 minutos para TV, mas não sobrevive como filme, ainda mais com toda essa duração, que mais pareceu um resumão mal feito de uma das temporadas da série. O fiasco só me faz comprovar a tese de que, ao contrário do que se diz por aí, a televisão continua pobre pobre do ponto de vista criativo, e ainda precisa comer muito arroz com feijão se quiser se comparar com o cinema.

Classificação S&P:
Sex and the City: "C-"

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Rebobine, por favor

Diálogo na locadora, em pleno domingo de carnaval:

– Por favor, será que eu poderia entregar esse filme na terça-feira em vez de amanhã?
– Lançamentos têm de ser devolvidos no dia seguinte.
– Eu sei, mas como eu tenho filho pequeno e preciso trabalhar na terça, tenho receio de alugar e não conseguir assistir aos dois filmes.
– Lançamentos têm de ser devolvidos no dia seguinte. Mas o senhor pode devolver o outro filme, que não é lançamento, na terça.
– Mas já são quase dez da noite! E você tem pelo menos outras cinco cópias desse filme!
– Se o senhor acha que não vai ter tempo de ver, é melhor não alugar.

O final dessa história é interativo. Escolham a melhor resposta e adivinhem qual eu dei:

a) Tem razão, acho que deixarei o filme aqui. Muito obrigado pela sugestão e boa noite!
b) Então, porque você não pega esse filme e enfia... de volta para a prateleira, para que outra pessoa possa alugá-lo?
c) Não, acho que vou levar mesmo assim e, se for o caso, pagar mais uma locação...
d) n.d.a.
e) f.d.p.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Rambo na Sapucaí

É impressão minha ou as "musas" do carnaval estão cada vez mais parecidas com travestis? Para onde foram as mulheres de verdade, sem silicone e músculos de Stallone? É por essas e outras que há muito deixei de assistir ao desfile das Escolas de Samba. Mas, claro, não perco a apuração por nada...

sábado, fevereiro 14, 2009

Picasso

Para aqueles que duvidam se o futebol pode ser considerada uma forma de arte, que tirem suas próprias conclusões:

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Sarney e eu

Não deve ter sido por acaso que a vitória do senhor feudal e dublê de escritor José Sarney na eleição para a presidência do Senado tenha ocorrido na mesma semana em que entrego o meu cargo de conselheiro do Edifício Firenze.

Assim como o ex-presidente da República, minha performance política foi pífia, mas as semelhanças acabam por aí, já que minha gestão foi honesta, o que já não se pode afirmar com convicção do novo mandatário do Senado. Também devo dizer que ao menos soube largar o osso no momento certo – estou de mudança do prédio – enquanto Sarney parece ser do tipo que se manteria como conselheiro mesmo sem morar no edifício...

Classificação S&P:
Conselheiro Vinícius: "C"
José Sarney: "D+"

domingo, fevereiro 01, 2009

Literatura

Ah, se eu escrevesse diálogos como esse...

- Quantos anos você tem, Chaves?
- Oito, por quê?
- É que eu não entendo como é que em tão pouco tempo se consegue ficar tão burro!
- Pro senhor demorou mais?

terça-feira, janeiro 27, 2009

Oposição, cadê você?

 Jose_serra_alckmin Para variar, a oposição perde uma grande oportunidade para jogar, ou melhor, tirar um pouco de areia do caminhão de popularidade do governo Lula. Até o momento, não vi nenhuma voz tucana ou demo se levantar realmente contra o Companheiro por conta das demissões e da parada brusca na economia provocadas pela crise.

A culpa não é do governo? A crise vem de fora? Todas as medidas para conter os efeitos no País já foram tomadas? É verdade, mas como diria o sr. Madruga, "e o Quico?" Política não é uma ciência exata e quem está de fora do poder precisa se aproveitar de momentos como esse para mostrar seu valor. Como?

1) Metendo o pau no governo a qualquer notícia negativa que sair nos jornais, o que, dadas as manchetes recentes, não me parece muito difícil;

2) Apresentando soluções, nem que sejam estapafúrdias e sem valor prático. Afinal, quem está na oposição não precisa fazer nada mesmo;

3) Colocando o rosto do "salvador da pátria" na rua, ou seja, nos jornais e na TV.

Enquanto o Vampiro Serra e o Frutare de Chuchu Alckmin ficam bricando de casinha no Palácio dos Bandeirantes, Dilmão Rousseff já saiu à caça de eleitores, e devidamente plastificada. E não me peçam para comentar como ficou o visual da mãe do PAC. Espero apenas que a reforma na ministra não tenha sido bancada com os parcos recursos do programa do governo...

sábado, janeiro 24, 2009

Conta corrente

Pensando que vida de escritor é fácil? Pois é, nem todo mundo nasceu para ser Paulo Coelho. Eis que, ao receber a prestação de contas da editora para saber o quanto faturei com minha obra-prima, descubro que o saldo entre exemplares vendidos de O Roteirista menos as devoluções das livrarias e dos livros que comprei com desconto para o autor é... negativo. Ou seja, não apenas não faturei um mísero centavo com o meu brilhante romance nos últimos seis meses como ainda fiquei devendo para a Rocco! E depois tiram um sarro quando eu peço para contribuírem com a ONG do escritor pobre e desamparado...

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Meu refrigerador não funciona

Com todo mundo há de acontecer algum dia, mas eu imaginava que comigo jamais! Pois bem, acabei surpreendido pelos fatos e, confesso, não soube como reagir. Minha mulher bem que tentou me consolar. "Isso acontece", ela disse, diante da minha perplexidade. Eu tentei de tudo, quase apelei para soluções pouco ortodoxas, como simpatia ou esoterismo. Acabei, por fim, me convencendo a buscar ajuda especializada. Lá, encontrei várias pessoas no mesmo estado que eu, algumas até em pior situação, com suas vidas destruídas. Pois bem, fui obrigado a deixar a vaidade de lado, mas valeu a pena. Depois de várias tentativas, finalmente consegui: eliminei todos os vírus do meu computador, que voltou a funcionar como um verdadeiro adolescente na puberdade, até na rapidez...

domingo, janeiro 11, 2009

Trema

Pensei seriamente em boicotar o novo acordo ortográfico da língua portuguesa. Não por questões ideológicas ou puristas do idioma. Estava era com preguiça mesmo. Meu ambicioso plano era, daqui para frente, escrever sem usar nenhuma palavra modificada pelas novas regras. Enquanto publicava este post, porém, desisti da ideia.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Feliz 2009

Nem mesmo a virada de ano escapou do tradicional atraso bem característico deste blog. Mas como diria o filósofo Humberto Gessinger, que martela o rádio enquanto marreto os teclados, "quem tem pressa não se interessa por questões de estilo". "Será?", diria outro compositor famoso.