Livrarias selvagens
Acreditem se quiser, mas o diálogo aconteceu em uma das maiores livrarias de Santos (não foi a Realejo, claro):
- Olá, eu não encontrei o novo livro do Bolaño, vocês têm?
- QUÊ??? QUEM???
- Chama-se Estrela Distante, acho que foi lançado no mês passado.
- Então, está na prateleira dos lançamentos.
- Eu já vi lá, não está.
- De quem é mesmo o livro?
- Roberto Bolaño. Não conhece? É um dos autores mais badalados do momento e…
- Ah, claro que conheço, é aquele cara do Sul, né?
- Só se for do Sul do Chile.
- Bem, hum, deixe-me ver… [dirige-se ao computador da loja] Como é mesmo o nome dele? B-O-L-A-????
- Deve estar cadastrado com ene: N-O
- Oh, sim, nós temos… deve estar na prateleira de literatura internacional.
- Já fui lá e não vi nada do Bolaño.
- Deixe-me ver… [teimoso, o cara vai até a prateleira e não acha nada]
- Afinal, vocês têm ou não?
- Temos sim, deve estar na seção nacional, deixe-me ver…
[Dez minutos e várias prateleiras depois…]
- Aqui, estava no estoque para devolução. Não vendeu nenhum.
- Desse jeito não vai vender mesmo – respondi, sem paciência, antes de me dirigir ao caixa para a troca do meu presente de Natal.
Pode-se falar tudo do presidente venezuelano Hugo (tinha que ser o) Chavez. Menos que não seja espirituoso. Ao se encontrar com o rei espanhol Juan Carlos, o mesmo do famoso “por que no te callas?”, o caudilho (com o perdão da expressão clichê) não perdeu a chance de dizer que o rei deu uma de Fidel Castro ao deixar crescer a barba. Não, não se cale, Chavez, nem que seja para não perder a piada...
Havia prometido a mim mesmo que jamais usaria gravata novamente. Após o colapso da Gazeta e o convite para voltar à AE, primeiro como repórter de telecom e TI e agora como editor, achei que poderia abrir mão de uma vez por todas do apertador de pescoço. Até aceitaria usar um paletó ou disfarçar com um blazer, desde que o colarinho estivesse livre, leve e solto. Mas eis que a repórter do setor financeiro sai de férias e quem é escalado para cobrir as pautas dela? Resultado: tive de adiar o ritual de queima das gravatas, pelo menos por mais um mês...

Se houve algo de positivo durante o meu período de convalescença (veja as partes 
Fiquei com a péssima sensação de ter perdido duas horas e meia do meu fim de semana após assistir no DVD à versão cinematográfica da série Sex and the City. O punhado de clichês e futilidade pode até dar certo no formato de 30 minutos para TV, mas não sobrevive como filme, ainda mais com toda essa duração, que mais pareceu um resumão mal feito de uma das temporadas da série. O fiasco só me faz comprovar a tese de que, ao contrário do que se diz por aí, a televisão continua pobre pobre do ponto de vista criativo, e ainda precisa comer muito arroz com feijão se quiser se comparar com o cinema.