domingo, março 30, 2008

Tráfego

Hoje, levei O Caçador de Pipas ao supermercado, para ler na fila do caixa enquanto esperava a minha vez de pagar pelas compras do mês. Incrível essa flexibilidade que os best sellers nos dão. Mais um pouco e começo a deixá-lo no carro, para os dias de maior aperto no trânsito...

Mas o livro desta vez não contribuiu em nada para minha socialização ao ambiente. Pelo contrário. A minha distração entre as páginas do novelão afegão rendeu insultos nada amistosos de um cidadão posicionado atrás de mim. Apenas porque demorei um pouco em empurrar o carrinho depois que a senhora à nossa frente passou as compras dela pelo caixa.

E não foi o único incidente pelo qual passei no estabelecimento. Em mais um episódio típico paulistano, um outro cidadão teve um surto de cólera só porque coloquei um produto de limpeza, por engano, no carrinho dele. De pouco adiantou tentar esclarecer a confusão, o cara só ficava mais nervoso e, por pouco, não me agrediu com um engradado de detergente.

Cansado - e um tanto perplexo -, me pus a tentar entender o pensamento dessa gente. Que o fato de eu demorar alguns segundos para preencher o espaço vazio à frente na fila do caixa irá amenizar a tortura de aguardar pela vez de ser atendido? Ou que existem pessoas especializadas em colocar suas compras no carrinho dos outros com o único intuito de prejudicá-las?

9 comentários:

John O'Kuinghttons disse...

Isso me acontece nos faróis. É a sincronia da cidade.

Anônimo disse...

se o cara te batesse com detergente seria, pelo menos, uma luta limpa
HAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHA


juro q eu ri disso... =/

enfim, nao sei o que passa na cabeça das pessoas. acho que é aquela incessante necessidade de ter q imaginar uma cara para o seu ódio! quem nao gosta de fila, coloca a cara do primeiro que possa sugerir uma culpa no seu ódio. Bem, foi assim que nasceu Sauron, pelo menos...
as pessoas são meio incapazes de imaginar que, certas situações, nao tem certo e errado ou inocente e culpado. Simplesmente ocorrem.

como filas...

Discoteca Completa disse...

É, esse negócio de discussão em público já está ficando tão perigoso quanto assalto: em ambos os casos é melhor não reagir.

Quanto a essa do detergente, vc venceu: é uma piada pronta...

Unknown disse...

é
engraçado como as pessoas de hoje andam com tanto coisa na cabeça que se tornam tao explosivamente perigosas. se tornam capazes de qualquer coisa né, com aquela velha desculpa "não aguento mais".

como se tivéssemos culpa

e ainda passamos isso adiante. fomos agredidos sem necessidade a cabamos agredino o outro tb, de raiva... circulo vicioso...





ah vá, vc riu tb...

Anônimo disse...

dinhamelody sou eu...

Discoteca Completa disse...

Em resumo: toda a paciência é pouca. Às vezes é melhor engolir um sapinho ou outro em nome da convivência em "sociedade". Com o perdão do palavrão, por favor...

Adriano Silva disse...

Morando em Sampa, vc já devia ter se acostumado com isso. Outro dia no Pão de Açucar, em Perdizes, uma senhora idosa, ficou batendo o carrinho no meu tornozelo. Batia e pedia desculpas, batia e pedia desculpas. Quase falei um palavrão, mas me controlei.

Anônimo disse...

ah, não tb...
é só não jogar nos outros uma coisa que eles não tÊm nada à ver

eu não consigo fazer isso. se eu to de mau humor, eu to de mau humor! pro bem de todos eu fico sentada, quietinha, de fone de ouvido pra nao atazanar ninguem. oproblema é q vem gente pisar no meu calo... alow, né...

Anônimo disse...

adriano, vc deve ser um santo.
carrinho na canela nao dá pra aguentar. acho q a gente tem q ser tolerante, nao deve arranjar brigas por coisas tolas, mas isso nao significa ser impassivel. acho que a gente deve mostrar insatisfação, sim, quando as pessoas perdem a nocao do espaço do outro e invadem o nosso. minha tática é lançar um olhar de reprovação. costuma funcionar. alguns motoristas que param em faixas de pedestre já deram ré enquanto eu atravessava a rua, por exemplo, após levar uma encarada minha. nunca me olhei no espelho nessas horas, lógico, mas já me disseram q o meu olhar dá medo.
hahuahuahuahuahau