Questão subjetiva
Reproduzo aqui, da maneira mais aproximada possível, o diálogo com um de meus poucos leitores, que por acaso trabalha comigo. Ele não conhecia minha veia literária, tampouco este S&P. A conversa aconteceu num encontro casual nos corredores da redação:
- Legal aquele teu blog – ele disse. – Bem divertido e tal, mas...
- Mas...
- Nada, esquece. É bem legal – falou, tentando escapar.
- Como assim? Você ia dizer algo! Eu sei, o layout está um pouco desatualizado, né?
- Não, não é isso. É sério, foi uma bobagem. Estou meio atrasado. A gente se fala e...
- É essa mistura de sexo e política, tenho certeza! Quer dizer, tem pouco sexo e muita política, eu sei. Toda vez que tento corrigir isso acontece...
- Olha, o conteúdo é bom – ele interrompeu. – No seu livro com certeza tem mais sexo. E nenhuma política, é verdade. Mas a proposta do blog é diferente, eu entendi. Foi uma questão mais subjetiva que me incomodou.
- Subjetiva? O que há de subjetivo no S&P?
- Nada. Esse é o problema.
- Sei – concordei, confuso.
- Não, é sério. Eu li e me diverti com o blog, mas ele não parece, como posso dizer, um blog de escritor.
- Um blog de escritor? E como é um blog de escritor? – indaguei, curioso e perplexo.
- Não sei. Por isso não queria dizer nada. Só sei que não é como o S&P.
2 comentários:
acho q entendi.
ele queria q vc ficasse imitando o caio fernando abreu nos seus posts, como acontece com todo blogueiro pseudo-escritor na casa dos 30.
Sabe, não senti maldade no comentário da pessoa. Espero que ela não fique puta comigo quando entrar no blog e ler o post.
Mas vc tem razão: o que não falta é gente querendo imitar o cfa ou o rubem fonseca.
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