Autran
Quando cheguei à redação sabia que não seria mais um sábado abafado e morno de plantão jornalístico. No dia anterior, morria o ator Paulo Autran, aos 85 anos. O corpo era velado na Assembléia Legislativa de SP e fui mandado imediatamente para lá.
De repente, lá estava eu urubuzando artistas e personalidades em busca de alguma frase de efeito que definisse o morto, que nos observava calmamente do caixão a poucos metros. Acompanhei o final da cerimônia e segui o cortejo até a Vila Alpina, do outro lado da cidade, onde o corpo foi cremado. Ao final, acho que fiz um trabalho razoável, embora medíocre, de todo modo.
Assim como o resto da torcida do São Paulo (a do Corinthians não freqüenta teatro), sou um grande admirador do trabalho de Autran, apesar de ter assistido a apenas uma peça (Visitando o Senhor Green), naquele esquema “preciso ver o velho em cartaz antes que seja tarde”.
Não vou ficar aqui me derramando em elogios que já foram proferidos com muito mais propriedade pelos amigos e colegas de profissão do mestre. Para mim, a grande lição deixada por Paulo Autran foi mostrar que é possível fazer o que se gosta, em qualquer tempo e sob todas as adversidades.
E, definitivamente, cobrir velórios não está entre minhas preferências.
Classificação S&P:
Paulo Autran: “A”
4 comentários:
O texto ficou muito bom! Não entendi a reclamação
Tb gostei da sua reportagem. Eu vi várias peças do Paulo Autran, mas tb pensava o mesmo q vc: preciso ver o velhinho antes que... agora já era
EU lembro do Paulo Autran em Sassaricando. Muito engraçado!!!
Acho q eu queria mesmo um confete, além de uma desculpa pra alguém ler minha matéria, que saiu num sábado após um feriado...
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