O Piauí não é aqui
Como prova de que sou fortemente influenciado por qualquer campanha publicitária persuasiva, adquiri um exemplar da recém-lançada revista Piauí. Claro que em apenas uma manhã de merecida folga não tive tempo dissecar a publicação. Creio, porém, que já posso sacar algumas conclusões:
Visual: Nada de novo. O tamanho, inclusive, é idêntico ao da Caros Amigos. Algumas matérias são intercaladas com conteúdo diverso como quadrinhos ou poesia, o que também não chega a ser extraordinário. O ensaio fotográfico sobre a CPI dos Correios é legal, embora um tantinho fora do tempo. Classificação S&P: “C+”.
Reportagem / Diário: os dois textos de maior fôlego da Piauí que li por inteiro até agora não só são convencionais como botam um pé na antropologia cosmética, do tipo: “vejam como é sofrida a vida de um operador de telemarketing”, ou então, “minha vida de escritora que precisa ganhar a vida como garçonete de uma boate em Nova York”. Lixo. Classificação S&P: “C-”.
Quadrinhos: O do hipopótamo chega a dar raiva de tão ruim. A “biografia” do Brecht é bem melhor, mas a comparação ajuda. Classificação S&P: “D+”.
Conto: Rubem Fonseca é como sexo: até quando é ruim é bom. Classificação S&P: “A-”.
Resumo: Ainda é cedo para dar uma avaliação definitiva sobre a revista, até porque se trata de um primeiro número. Confesso que espero mais dos textos que ainda vou ler, como os do Ivan Lessa e do Roberto Pompeu de Toledo. Vamos dar o benefício da dúvida às pessoas que tomaram a atitude de fazer, ou pelo menos tentar, algo diferente no sonolento universo da imprensa brasileira. Classificação S&P: “B-” (em observação).
4 comentários:
Dei uma olhada na revista na banca e achei uma droga. Parece até uma cópia da Caros Amigos
Ô, Anônimo! Pode dizer quem vc é, nenhum colaborador da revista deve ler o S&P.
Eu não li e tenho raiva de quem leu! Nada pessoal, S&P!
Eu sei, mas depois não venha me culpar caso vc, um dia, se depare com a revista e venha a gostar dela...
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