segunda-feira, junho 30, 2008
domingo, junho 29, 2008
Balada do louco
Importa pouco os motivos que mantiveram afastado deste S&P por uma semana. Mas não pude resistir a relatar aqui o pesadelo que tive esta noite:
Sonhei que havia colocado minha camisa do lado contrário, a parte de trás na frente. Em vez de recolocá-la do lado certo, teimei em tentar abotoá-la levando minhas mãos às costas e usando um espelho como guia. Até desistir e pedir ajuda a minha esposa, que tampouco achou estranho o fato de camisa estar do lado errado.
Saímos de casa em seguida e logo estávamos em uma espécie de festa, num ambiente iluminado onde todos se vestiam de modo semelhante a mim. Procurei me socializar com as pessoas, todas um pouco atônitas e sem saber o que se passava, mais ou menos como eu.
Foi quando me dei conta que minha camisa do lado contrário era, na verdade, uma camisa de força, e o local da festa, um hospital psiquiátrico.
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domingo, junho 22, 2008
Joyce, Juliana e eu
Para não dizer que passamos o fim de semana inteiro dentro de casa, Juliana e eu fizemos uma rápida visita à Fnac Pinheiros neste domingo. A loja estava abarrotada de gente, exceto pela, adivinhem, seção de literatura.
Encontrei lá dois exemplares de O Roteirista, devidamente escondidos na estante e sempre próximos aos da Nélida Piñon. Demorei bastante para escolher o que levar, até Juliana resolver me pressionar, quer dizer, dar algumas sugestões:
- Você viu o Ulisses? - ela perguntou, apontando uma pilha de uma nova edição do tijolão do James Joyce, desta vez da Alfaguara.
- Sim, até agora estava tentando ignorá-lo - revelei.
- E por quê?
Era uma ótima pergunta, que mereceria toda uma contextualização. A primeira vez que tive contato com a obra de Joyce foi ainda na faculdade, quando li os contos de Dublinenses. Fiquei estarrecido com o estilo do irlandês, a ponto de imaginar, com uma certa ponta de inveja e preconceito, que algumas daquelas narrativas haviam sido escritas com um teor alcoólico mais avançado.
Parti imediatamente para O retrato do artista quando jovem, outra paulada. Fiquei mais uma vez desnorteado com aquela maneira singular de se escrever, aquela narrativa que parece amadurecer junto com o personagem.
Foi aí que chegou a vez de Ulisses. Para quem não sabe, trata-se do romance que é considerado o mais importante da literatura no século XX, tão genial quanto complexo.
Essa suposta dificuldade funcionou como uma espécie de bloqueio para mim. Eu não desevaja estragar um livro de tal reputação com uma leitura despreparada. Bobagem, eu sei. Mas como eu poderia imaginar, no auge dos meus 20 anos, que quando chegasse aos 30 seria pai, teria um trabalho enlouquecedor e ainda um blog para atualizar?
- Eu não posso comprá-lo. Eu não conseguiria ver o Ulisses me encarando da estante todos os dias, entende?
Juliana riu e me beijou. Depois me puxou até a seção de livros infantis, onde me senti novamente em casa, apesar da lotação de crianças e pais que certamente não têm a menor idéia de quem seja Joyce...
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quarta-feira, junho 18, 2008
Fruta Gogóia
Esse é o tipo de pensamento que não dá para soltar numa mesa de bar, pois se torna motivo de zoação por séculos. Mas a verdade é que não consigo sentir nenhum tipo de "entusiasmo", digamos assim, por mulheres como essa tal mulher melancia (em minúscula, a mulher se tornou um substantivo comum nos nossos tempos). Depois de tiazinha, feiticeira e essas mulheres-fruta, qual será o próximo passo na nossa escala de involução? E, afinal, onde estão as mulheres de verdade?
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domingo, junho 15, 2008
Processo criativo
Um dia inteiro na frente do computador e apenas uma página escrita. Minha média anda de mal a pior nos últmos tempos...
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Marcadores: literatura, mau humor
quinta-feira, junho 12, 2008
Samba do táxi
Meia-noite. Rio de Janeiro. A seguinte cena aconteceu no táxi, assim que deixei o aeroporto Santos Dumont:
- O senhor com certeza não é turista - disse o taxista na minha direção, puxando os erres até o limite do insuportável.
- Não, na verdade eu vim receber um prêmio.
- Olha só, que maravilha... E vamos pra onde?
- Gávea, na casa do tio da minha...
- Não. Estou perguntando onde nós vamos comemorar esse prêmio! Se quiser, posso te mostrar vários lugares interessantes onde executivos como o senhor se divertem...
- Eu imagino, mas não sou executivo, sou jornalista. E casado.
- Todos são casados! Mas ninguém liga, não. É tudo na maior discrição, tá entendendo?
- Acho que sim, mas realmente não estou interessado. A cerimônia é logo cedo e...
- As cerimônias, reuniões, sempre são logo cedo. Mas eu garanto que tu vai ficar novinho em folha... - ele disse, soltando uma gargalhada rouca.
- Sei. Mas não tenho grana pra isso, não.
- Tá de sacanagem, né? Bom, sempre tem a opção do calçadão. Mas aí já viu, né? Pode ter que encarar um fenômeno...
- Sai pra lá! Que fenômeno, o quê! - me irritei.
- Eu sabia que o senhor tinha bom gosto... - ele disse, rindo. - Então, pra onde vamos?
- Pra onde? Como você bem disse, eu tenho bom gosto - respondi, sorrindo para mim mesmo.
De fato, devo dizer que cheguei à cerimônia de premiação novinho em folha no dia seguinte...
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sábado, junho 07, 2008
The Oscar goes to...
O diretor, produtor e ator principal deste S&P acaba de ser laureado com o seu primeiro prêmio jornalístico, fruto da reportagem especial e emocionante - feita em parceria com a amiga Olívia Bulla - para a revista Estadão Investimentos sobre previdência privada. A cerimônia de premiação será na terça-feira, no Rio, e minha passagem já está marcada.
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quarta-feira, junho 04, 2008
Xindiana
E por falar em caveira de cristal, o título desse velho, digo, novo Indiana Jones não parece de filme da Xuxa?
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domingo, junho 01, 2008
A caveira de cristal
Consegui driblar a minha implacável preguiça de fim de semana para dar um passeio pela Benedito Calixto, coisa que não fazia desde o lançamento do meu primeiro livro. Era o aniversário de 9 anos do projeto O Autor na Praça, do meu caro amigo Edson Lima. Acabou sendo mesmo uma passagem relâmpago, mas bem saudosista, como o próprio ambiente da feira sugere. Por um momento, me senti como um Harisson Ford no papel de um Indiana Jones da literatura, envelhecido antes da hora e, pior, deslocado e sem motivação para partir em busca de uma nova aventura. Por sorte, ao chegar em casa fui recebido pelo sorisso banguela do André, que me dá forças para topar qualquer continuação, por mais absurda que pareça.
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Marcadores: andré, literatura, reflexões